TECNOLOGIA A FAVOR DA SAÚDE

Hospital do Câncer de Pernambuco passa a usar inteligência artificial para descobrir câncer precocemente

Tecnologia aumenta taxa de diagnóstico precoce da doença em 20%

Thalis Araújo
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Thalis Araújo
Publicado em 11/09/2020 às 14:16 | Atualizado em 11/09/2020 às 14:29
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Tecnologia passou a ser usada em agosto e promete agilizar atendimentos - FOTO: DIVULGAÇÃO

O Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) começou a utilizar uma nova tecnologia para descobrir a doença precocemente nos pacientes. A Inteligência Artificial, em fase de testes desde abril, foi criada por uma startup recifense e já apresenta bons resultados.

De acordo com o HCP, a tecnologia consegue aumentar a taxa de diagnóstico precoce do câncer em 20%, uma vez que indica alterações que, visualmente, em decorrência do tamanho, podem passar despercebidas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a detecção precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura em 95%.

Tecnologia inovadora no HCP

O superintendente geral da unidade hospitalar, dr. Hélio Fonsêca explica que o uso da inteligência artificial é inovador e os benefícios que essa nova etapa promete trazer para agilizar os atendimentos no HCP. “Estamos implantando uma tecnologia utilizada internacionalmente. Só em 2019, realizamos 17 mil radiografias de tórax e mamografias. Com a inteligência artificial, podemos proporcionar agilidade aos atendimentos e aumentar a qualidade dos diagnósticos”, explicou.

O sistema que passou a ser usado em agosto no HCP funciona através de um robô que capta as imagens das radiografias e mamografias e, instantaneamente, leva as imagens para serem analisadas pela IA, devolvendo a resposta de um achado suspeito de câncer, por meio de um “mapa de calor” e “score de anormalidade” (cores e percentuais) para avaliação médica. Para fazer essa indicação, o robô leva em consideração um banco de dados mundial, de mais de 80 países, com mais de quatro milhões de exames realizados. Todo o processo respeita a Lei Geral de Proteção de Dados, que anonimiza os dados do paciente.

“A tecnologia funciona como uma espécie de super médico que indicará uma área que deve ser melhor observada”, explica o CBO da Viziomed, Filipe Guerra. Com a utilização da inteligência artificial, os exames devem passar primeiro pelo robô e, em seguida, pela avaliação do radiologista, que já recebe o material com uma sugestão de possível diagnóstico para confecção do laudo.

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Com essa tecnologia, a taxa de diagnóstico precoce da doença cresce em 20% - DIVULGAÇÃO

O médico especialista terá acesso ao exame, a indicação da IA e o laudo do radiologista, para assim garantir um diagnóstico mais eficiente. Isso garante mais celeridade ao processo, já que o radiologista pode iniciar os laudos pelos exames que apresentaram anormalidades. O mecanismo serve como um olho extra. “Gosto de relacionar com aquele colega de plantão que você pede uma segunda opinião”, explica o coordenador do serviço de Raio X e Ultrassom, Bosco Vieira.

“Estamos trabalhando com os radiologistas na inserção de informações locais, que deixará a inteligência artificial mais regionalizada. Já é possível verificar resultados bem expressivos com maior precisão nas avaliações e rapidez nos diagnósticos”, destaca o gerente de TI do HCP, Abílio Correia.

O objetivo do hospital é, gradativamente, ampliar a utilização dessa tecnologia para exames de tomografias e para os demais ambulatórios de especialidade da unidade hospitalar. “A inteligência artificial é uma ferramenta que vem agregar dados e informações ao médico radiologista na interpretação de imagens. A implementação dessa tecnologia na avaliação dos exames de tomografia do HCP vem colaborar tanto no diagnóstico como no seguimento dos pacientes oncológicos”, ressalta a coordenadora do serviço de tomografia do HCP, dra. Christiane Paiva.

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Com essa tecnologia, a taxa de diagnóstico precoce da doença cresce em 20% - FOTO:DIVULGAÇÃO

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