A última atualização do Monitor de Secas, divulgada nesta terça-feira (22), mostra que houve expansão da seca em Pernambuco. As áreas mais afetadas são o Litoral Norte e Agreste. Também há o surgimento de seca fraca no Sertão, com impactos de curto prazo, no mês de agosto. Dessa forma, as áreas com seca fraca no Estado passaram de 37,68% para 54,29% entre julho e agosto. Confira, mais abaixo, os municípios em estado de emergência.
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Houve mudanças nos impactos da seca no Sertão do São Francisco e no centro de Pernambuco, que passaram de longo para curto e longo prazo. No Leste do Estado, os impactos permanecem de curto e longo prazo.
Outros Estados também apresentaram aumento da seca
Além de Pernambuco, o mapa do Monitor de Secas registrou o aumento das áreas com seca em 12 dos 19 Estados acompanhados, são eles: Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. A redução de áreas com o fenômeno aconteceu somente na Bahia e no Espírito Santo, sendo que o Distrito Federal se manteve sem seca. Enquanto o Mato Grosso do Sul manteve 100% de seu território com seca, os três Estados do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ainda não podem ter sua situação comparada com meses anteriores porque estreiam no Mapa do Monitor de agosto, que é o mais recente.
Quando o assunto é a severidade do fenômeno, cerca de oito Estados brasileiros sofreram o agravamento da seca entre julho e agosto, são eles: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Em outros oito Estados, o grau de severidade da seca se manteve: Alagoas, Ceará, Distrito Federal (sem seca), Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Ainda não se pode fazer tal comparação para os três Estados do Sul.
Em termos climatológicos, agosto é um mês seco nos Estados que compõem o Mapa do Monitor, exceto no litoral leste do Nordeste e em grande parte do Sul. Em muitos desses locais, os valores climatológicos de precipitação são inferiores a 20 mm: Piauí, Ceará, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, norte de Mato Grosso do Sul, centro-sul do Maranhão e oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Por outro lado, agosto é o último mês do período chuvoso no litoral leste do Nordeste, na faixa que se estende desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, com valores de precipitação mensal acima de 150 mm. No Sul, a precipitação esperada varia, em média, de 50 a 150 mm.
As maiores precipitações registradas em agosto, acima de 200 mm, ocorreram no Paraná, em parte do Noroeste do Rio Grande do Sul, bem como no extremo sul e em parte do Leste do Mato Grosso do Sul. Totais mensais acima de 150 mm foram observados em Santa Catarina (exceto no extremo Sul e serra catarinense) e em boa parte do litoral Leste do Nordeste (desde Pernambuco até a Bahia). Em grande parte dos Estados em que agosto é um dos meses mais secos do ano, houve ausência de precipitação ou acumulados inferiores a 2 mm.
Em agosto, as chuvas ficaram em torno da média de uma grande parte dos Estados monitorados no Sudeste, Tocantins e Goiás. Precipitações acima da média foram observadas no Paraná, Sudoeste e Centro-leste de Mato Grosso do Sul e no Leste da Bahia. As chuvas abaixo da média foram registradas, sobretudo, no Sul de Santa Catarina, no Sudoeste gaúcho e na faixa Leste do Rio Grande do Norte até Alagoas.
Conheça o Monitor de Secas
O Monitor de Secas acompanha continuamente o grau de severidade das secas no País, com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site do Monitor de Secas como pelo aplicativo Monitor de Secas, que é disponível gratuitamente para os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor agora abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove Estados do Nordeste, os três do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O processo de expansão continuará até chegar a todas as unidades da Federação. O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos Estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
Monitor de Secas é coordenado pela Apac em Pernambuco
Em Pernambuco, o Monitor de Secas é coordenado pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). Através de uma ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 18 Estados e no Distrito Federal a cada mês vencido. Operando desde 2014, o Monitor começou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões.
O recurso foi concebido com base no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos Estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do fenômeno.
Por causa da estiagem no Agreste, Pernambuco decreta situação de emergência em 59 cidades
O Governo de Pernambuco decretou situação de emergência em 59 municípios afetados pela estiagem no Agreste. Publicado no Diário Oficial do Estado do último sábado (19), o decreto permite que as cidades afetadas recebam recursos emergenciais para a redução dos impactos da seca. A situação de emergência é pelo período de 180 dias.
Antes, no início de setembro, o governo já havia decretado a situação de emergência em 55 cidades do Sertão Pernambucano. Em ambas situações, o Estado levou em consideração "a previsão da redução das precipitações pluviométricas e a queda das reservas hídricas de superfície; os impactos ocasionados decorrentes das perdas na agropecuária; e que os habitantes dos municípios afetados não têm condições satisfatórias de superar os prejuízos provocados pelo evento adverso, haja vista a situação socioeconômica desfavorável da região".
Os municípios que estão em situação de emergência são os seguintes
- Angelim;
- Alagoinha;
- Altinho;
- Águas Belas;
- Belo Jardim;
- Bezerros;
- Bom Conselho;
- Brejão;
- Buíque;
- Brejo da Madre de Deus;
- Cachoeirinha;
- Caruaru;
- Caetés;
- Calçado;
- Canhotinho;
- Capoeiras;
- Casinhas;
- Cumaru;
- Feira Nova;
- Frei Miguelinho;
- Gravatá;
- Ibirajuba;
- Iati;
- Itaíba;
- Jatáuba;
- João Alfredo;
- Jucatí;
- Jupi;
- Jurema;
- Lagoa do Ouro;
- Lajedo;
- Limoeiro;
- Orobó;
- Panelas;
- Passira;
- Paranatama;
- Pedra;
- Pesqueira;
- Poção;
- Riacho das Almas;
- São Caetano;
- Sairé;
- Sanharó;
- São Bento do Una;
- São João;
- Saloá;
- Salgadinho;
- Santa Cruz do Capibaribe;
- Santa Maria do Cambucá;
- São Vicente Férrer;
- Surubim;
- Tacaimbó;
- Terezinha;
- Tupanatinga;
- Venturosa;
- Taquaritinga do Norte;
- Toritama;
- Vertente do Lério;
- Vertentes.
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