Projeto participa de pesquisa do MIT

Publicado em 22/11/2020 às 2:00
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O trabalho de coleta, visualização e monitoramento de dados feito pelo projeto #UmaPorUma está contribuindo para o desenvolvimento de uma ferramenta de identificação de feminicídio, elaborada pelo núcleo do Data Feminism Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). O estudo busca entender o processo de monitoramento de feminicídios realizado por diferentes organizações na América Latina, com o propósito de desenvolver uma ferramenta interativa para facilitar o trabalho de identificação e documentação de feminicídios. A ferramenta será gratuita e disponibilizada em formato de código aberto.

O projeto de pesquisa do MIT, intitulado "Detectando Feminicídios: Aplicabilidade da Aprendizagem Automática (Machine Learning) no Monitoramento da Violência Contra as Mulheres", é desenvolvido em parceria com as organizações Feminicidio Uruguay e Latin American Open Data Initiative (ILDA). A pesquisadora brasileira e doutoranda do Departamento de Estudos e Planejamento Urbano do MIT Isadora Cruxên afirma que este é um projeto de pesquisa de ação participativa. "Ele é projetado para explorar como a tecnologia e a aprendizagem automática podem apoiar o trabalho de ativistas da sociedade civil que monitoram a violência de gênero e feminicídio nos EUA e na América Latina", explica Isadora.

Um dos objetivos da ferramenta é desenvolver, por meio de palavras-chave, um mecanismo de busca que ajude a catalogar notícias sobre crimes de feminicídio no mundo inteiro. Na avaliação de Ciara Carvalho, uma das coordenadoras do projeto #UmaPorUma, a criação de um instrumento de monitoramento dos crimes de feminicídio será importante para reduzir a subnotificação dos casos. Sobretudo porque a subjetividade que ainda impera na notificação dos homicídios é um obstáculo concreto para identificação dos crimes de gênero.

A experiência do #UmaPorUma mostrou que são recorrentes os casos em que, apesar da condição de ser mulher ter sido determinante para o homicídio, o registro policial não considera o crime como feminicído. "Essa talvez seja uma das mais importantes contribuições do projeto para a pesquisa desenvolvida no MIT. O acompanhamento dos casos evidenciou que precisamos olhar para além das estatísticas". pontua a jornalista.

 

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