Agora é oficial. A Universidade de Pernambuco (UPE) vai conceder bônus de 10% na nota do Enem para estudantes do Estado que se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e que forem concorrer aos cursos de medicina, odontologia e direito. O acréscimo na nota, que já vale para o próximo Enem, levará em conta critério regional. Significa que o benefício vai ser concedido conforme a região que o candidato estudou e mora. As provas do Enem serão em janeiro e fevereiro de 2021 e o Sisu deve abrir inscrições em março ou abril (não tem ainda cronograma oficial do Sisu).
O bônus foi aprovado na manhã de ontem, por unanimidade, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), um dos órgãos colegiados da UPE. A resolução que detalha o novo componente na seleção deve ser publicada até o início da próxima semana. Pró-reitor de ensino e presidente da comissão do vestibular, Ernani Martins informa que para candidatar-se ao bônus o vestibulando deve ter cursado presencialmente todo o ensino médio em escola de Pernambuco (pode ser pública ou privada) e morar na mesma região.
Para os cursos de medicina, odontologia e direito ofertados no Recife, o acréscimo de 10% na nota do Enem poderá ser requerido por qualquer estudante que estudou e mora no Recife, Região Metropolitana ou na Zona da Mata. Em Garanhuns, onde há curso de medicina, o bônus será dado a quem estudou e reside no Agreste do Estado.
Para medicina de Serra Talhada, e os cursos de odontologia e direito ofertados em Arcoverde, o benefício será dado aos jovens que fizeram o ensino médio no Sertão pernambucano e que vivem nessa região do Estado.
Ernani Martins ressalta que aluno egresso de escola pública tem direito a concorrer pelo sistema de cotas (20% do total de vagas da UPE). Mas com o bônus, ele terá que optar por um dos dos benefícios. "Não é cumulativo. Se for concorrer pela cota não ganha bônus. Se preferir o bônus, vai disputar pela ampla concorrência e não pelo sistema de cotas", informa o pró-reitor da Universidade de Pernambuco.
A concessão de bônus vinha sendo discutida pela UPE há três anos, diz Ernani Martins. Ele explica que o bônus não foi pensado para todos os cursos porque não há demanda de alunos de fora de Pernambuco em todas as graduações. "Entre 83% e 85% do total das vagas que colocamos no Sisu são preenchidas, na chamada regular e na lista de espera, por candidatos de Pernambuco", informa o pró-reitor de graduação.
"Somente em medicina, direito e odontologia percebemos que esse índice é maior de candidatos de fora. Somos uma universidade estadual. Adotamos o bônus não para que as vagas sejam exclusivas dos estudantes de Pernambuco, mas entendemos que é uma condição a mais ofertada a eles para que possam concorrer na UPE", justifica Ernani Martins. Com o critério regional, a universidade evitará, por exemplo, que um vestibulando de Recife receba o bônus se for concorrer a vaga de medicina em Garanhuns.
SELEÇÃO
A UPE seleciona seus alunos de graduação pelo Sisu, que usa a nota do Enem, e pelo vestibular seriado, o Sistema Seriado de Avaliação (SSA). No total são ofertadas 3.460 vagas, distribuídas em 11 campi da instituição, para 54 cursos de graduação. São 1.730 no SSA e 1.730 no Sisu.
Nos dois processos de ingresso está reservada 20% das vagas para o sistema de cotas da UPE. Os cursos estão distribuídos nas regiões Metropolitana do Recife, Mata Norte, Mata Sul, Agreste e Sertão.
Para medicina, a UPE oferece 210 vagas (Sisu e SSA juntos), em três unidades acadêmicas. São 150 no Recife (câmpus Santo Amaro), 40 em Garanhuns (Agreste) e 20 em Serra Talhada (Sertão). Direito é ofertado no Recife e em Arcoverde, com 50 em cada. Odontologia também é ministrada no Recife (100 vagas) e em Arcoverde (20 vagas).
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