CASO CARLINHOS

Reencontro: mãe do menino Carlinhos já tem data de retorno do filho ao Brasil

Carlinhos foi localizado semana passada, quando se apresentou à polícia argentina; Cláudia Boudoux, mãe do menino, deve viajar para o país vizinho nos próximos dias

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JC

Publicado em 28/01/2021 às 11:05 | Atualizado em 28/01/2021 às 13:34
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Depois de cinco anos, o reencontro entre a fisioterapeuta pernambucana Cláudia Boudoux e seu filho, Carlinhos Attias Boudoux, já tem data marcada. 

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Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (28), Cláudia anunciou, junto com o Secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, que a previsão de chegada de Carlinhos ao Brasil é o próximo dia 06 de fevereiro. Em 2015, depois do Natal, o garoto foi levado para a Argentina pelo pai, o argentino Carlos Attias, sem autorização da mãe. Desde então, a família travou uma batalha judicial pela guarda do menino.

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Em fevereiro de 2019, quando a Justiça determinou que o pai entregasse o filho à mãe, Carlinhos desapareceu. A suspeita é de que o pai da criança teria contratado uma idosa de 80 anos para cuidar dele, em um local não informado. Carlos Boudoux foi preso no dia 15 de janeiro de 2020, mas Carlinhos permaneceu desaparecido. A idosa também foi presa.

Agora, após anos sem ver o filho, Cláudia recebeu a informação de que Carlinhos havia aparecido em uma delegacia em Buenos Aires, na Argentina. Ela embarca para o país no domingo (31) para trazer o filho pra casa e já se reuniu com o cônsul da Argentina no Recife, na última segunda-feira (25), para resolver questões burocráticas.

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Versão do pai

A família de Cláudia acusa o pai do menino de tê-lo escondido desde 2019. Carlos, no entanto, nega. “Fora da minha residência há câmeras instaladas pela Polícia Federal que registram quem entra e quem sai da minha casa. Meus telefones estão grampeados há mais de um ano. Tenho um dispositivo de rastreio por satélite na minha perna e não há nenhuma possibilidade de eu ter tido contato com meu filho”, argumentou ele em entrevista à reportagem da Rádio Jornal.

Carlos está em regime de prisão domiciliar na casa onde mora sozinho na cidade de San Martin, na grande Buenos Aires. Ele garante que não vê o filho há quase dois anos. 

"A última vez que vi o meu filho foi no mesmo dia em que ele deixou o departamento em que nós morávamos. Isso faz um ano e onze meses. Naquela oportunidade, Carlinhos estava prestes a viajar comigo ao Recife, em cumprimento a um acordo firmado com a mãe, em virtude disso íamos viajar juntos para que a volta não fosse traumática para ele".

Ainda de acordo com ele, o filho sofria maus-tratos por parte da família materna e não queria voltar ao Brasil. Segundo Carlos, o menino teria fugido após descobrir que o pai não viajaria com ele para Recife por conta de restrições tomadas pela própria mãe do garoto. 

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"Eu o garanti que o acompanharia para poder assegurar que ele pudesse se apresentar ao juiz pernambucano e dissesse qual era a vontade dele, no que diz respeito ao local de onde morar e as garantias de não voltar a sofrer maus tratos por parte da família materna. No entanto, isso não pôde ser possível, devido ao fato de que a mãe de Carlinhos não cumpriu com a obrigação dela de retirar as restrições contra mim, em função da alegada inadimplência com a pensão alimentícia. Comuniquei, então, ao juiz e ao meu filho que eu não estava em condições de viajar por causa dessas restrições e que Carlinhos deveria viajar sozinho. Foi assim que meu filho ficou revoltado e preferiu fugir de casa, antes que voltasse a ficar em perigo com a família materna", completou.


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