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Veja como os municípios da Região Metropolitana do Recife estão se preparando para o período de chuvas

A proximidade do fim do verão, que ocorre no dia 20 março, traz medo para a população que mora em áreas de risco

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JC

Publicado em 02/03/2021 às 7:01 | Atualizado em 02/03/2021 às 13:05
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Com informações de Max Augusto, da Rádio Jornal

A proximidade do fim do verão, no dia 20 março, traz medo para a população que mora em áreas de risco. Com o objetivo de se antecipar e prevenir deslizamentos de terras, desabamento de muros de arrimo e alagamentos, vários municípios da Região Metropolitana do Recife têm se mobilizado.

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Veja o que cada cidade está fazendo:

Abreu e Lima

Em Abreu e Lima, o prefeito Flávio Gadelha prometeu iniciar obras de contenção dentro 30 dias. De acordo com ele, serão investidos R$ 15 milhões, fruto de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, nas principais áreas de risco do município.

"A gente vai fazer a Rua Cinquenta e Dois, em Caetés III. A Rua Transamazônica, a Vila União, em Caetés I. Também a Rua Vinte e Seis, em Caetés II e a Rua Cento e Trinta e Sete, em Caetés I. Essas são as ruas que mais nos preocupam no momento", disse.

Araçoiaba

Já em Araçoiaba, a principal preocupação é com relação aos alagamentos. De acordo com o Secretário de Infraestrutura da cidade, Felipe Barros Melo, esses problemas ocorrem devido ao sistema não eficiente de drenagem da cidade. Por isso, para evitar transtornos, a prefeitura deu início ao programa preventivo Cidade Limpa na última segunda-feira (22). A iniciativa garante a limpeza de galerias, desobstrução de bueiros e outras ações.

"Está contemplando também toda limpeza do canal Bom Jesus, que tem mais de 200 metros e está há um bom tempo sem qualquer tipo de limpeza e manutenção. Lá, você encontra de tudo: todo tipo de lixo embalagens práticas, restos de móveis, materiais de construção e outros", disse o secretário.

Cabo de Santo Agostinho

No Cabo de Santo Agostinho, o prefeito Keko do Armazém afirmou que, desde o início da sua gestão, estão sendo realizadas limpezas dos canais e colocações de lonas nas áreas de riscos. Segundo o gestor, é preciso a liberação de verbas por parte do governo federal para dar seguimento aos trabalhos.

"Temos um projeto de contenções de murros de arrimos, de R$ 13 milhões do governo federal. Conseguimos regularizar todas as documentações com a Caixa Econômica Federal e estamos esperando só o ministro liberar o recurso para a que a gente possa começar todo esse trabalho de contenção", disse.

Camaragibe

Antes mesmo do fim do verão, os moradores de Camaragibe sofreram com os problemas trazidos pela chuva. Na madrugada do dia 15 de fevereiro, choveu 89 milímetros no município, quando o esperado para o mês inteiro era 122 milímetros, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC).

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Na ocasião, 25 famílias do bairro de Alberto Maia, foram prejudicadas com perdas e de bens e materiais, em decorrência dos alagamentos e deslizamento de terras causados pelas chuvas. A secretária da Defesa Civil de Camaragibe, Katia Massol, reforça que medidas estão sendo tomadas para que o problema não volte a acontecer.

"A gente anda intensificando a colocação de lonas plásticas nas barreiras nos pontos de alto e muito alto risco. Também estamos fazendo a erradicação das árvores em risco. Estamos intensificando esses trabalhos para evitar maiores transtornos quando chegarem as chuvas", relatou a secretária.

Igarassu

Em Igarassu, as medidas são de continuidade de ações nas 38 áreas de risco da cidade. "Nos últimos anos, a gente tem várias famílias que estavam em áreas de risco e no passado algumas delas receberam várias casas. A gente está atualizando o diagnóstico, porque tem famílias que saem da área de risco, mas depois retornam", explicou a secretária de Políticas Sociais e Educação Profissional Rosângela Abreu.

Ipojuca

A principal preocupação com as chuvas em Ipojuca está ligada aos alagamentos, de acordo com a secretária adjunta de Infraestrutura do município, Giuliana Cavalcanti. Segundo ela, nas áreas de risco, que incluem os distritos de Camela e Centro, também existe a preocupação com deslizamentos de terra. Por isso, a cidade investe na Operação Inverno.

"Nós temos nessa ação não só as limpezas dos canais, que são as macrodrenagens, mas também as microdrenagens. Falando em Porto de Galinhas e Nossa Senhora do Ó, nós temos a limpeza das canaletas, de todas as caixas de galerias. Em relação a parte de encostas, nós temos uma atenção especial na questão de limpeza da vegetação, aplicação e instalação da lona, quando possível, além de que as áreas de risco estão todas mapeadas", disse.

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Itamaracá

O foco das ações em Itamaracá são nas limpezas dos canais para prevenir alagamentos. A informação é do vice-prefeito e secretário de Infraestrutura do município, George Baiár.

"Como nós somos abaixo da linha do mar, a gente tem o problema de quando o mar seca, as águas pluviais escorrem e quando o mar está cheio isso tende a acumular, mas estamos fazendo esse trabalho intenso nos canais para evitar esse transtorno", declarou o vice-prefeito.

Itapissuma

O município de Itapissuma não possui áreas de morro e nem locais de inundações, mas mesmo assim o secretário de Segurança Cidadania e Trânsito da cidade, Carlos Araújo, explica que a Defesa Civil de Itapissuma afirma segue um trabalho de prevenção contínua.

"A gente tem hoje um trabalho coordenado de várias secretarias. Nós temos o Meio Ambiente fazendo a análise da questão ambiental, a Gestão de Recursos Hídricos fazendo a adaptação das mudanças climáticas e a Secretaria de Obras, fazendo toda limpeza urbana retirada de entulhos para evitar a obstrução de canaletas", declarou.

Jaboatão dos Guararapes

Em Jaboatão dos Guararapes, um monitoramento constante dos pontos de risco da cidade está sendo feito, de acordo com o superintendente da Defesa do município, Arthur Paiva.

"Nós temos acompanhando cada momento de chuva através do nossos sistemas, que são pontos de coleta de dados de chuvas que vão nos vai indicar online como está o saturamento do solo em relação à umidade que vai agregando com a chuva. Temos também, recentemente, liberados R$ 5 milhões para fazer muros de arrimos em alguns pontos de riscos. Vão ser atendidos o bairro de Cavaleiro, com três pontos, e Jordão, com mais dois pontos", disse.

Moreno

Em Moreno, o secretário de obras e Serviços Públicos, Fernando Garcia, explica que a principal preocupação do município é com o Rio Jaboatão, que corta a cidade. Por isso, a limpeza do canal está entre as ações planejadas ainda para este mês de fevereiro. A iniciativa será somada às outras previstas após a chegada de mais recursos, segundo o secretário.

"Nós vamos construir três muros de contenção em três áreas de riscos da cidade. Estamos só esperando o Ministério do Desenvolvimento Regional liberar o valor do  convênio", explicou.

Olinda

Construções de muros de arrimo também estão previstas em alguns dos 300 pontos de risco de Olinda. "Nós vamos construir 54 muros, um investimento de R$ 12 bilhões. Os bairros são Alto da Bondade, Sapucaia, Cidade Tabajara, Guadalupe, Águas Compridas, Aguazinha, Alto da Mina e Caixa D'água", comentou o secretário de Infraestrutura da cidade.

Paulista

Uma ação conjunta foi montada para atender os moradores da cidade de Paulista, de acordo com o coordenador da Defesa Civil da cidade, Roberto Wanderley.

"A Prefeitura do Paulista iniciou a Operação Inverno, agora em janeiro, que tem como objetivo preparar a cidade para enfrentar esse período chuvoso, que no município vai de maio a agosto e evitar problemas como enchentes, alagamentos e deslizamento de barreiras através de ações conjuntas com a Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Serviços Públicos do Município. Essas ações são preventivas e são compostas por limpeza de rios, canais, galerias e aplicação de lonas plásticas nas áreas de risco da cidade", falou.

Recife

O prefeito da cidade, João Campos, explicou que está sendo feito um investimento de R$ 96 milhões, na Operação Inverno, para prevenir os transtornos com as chuvas, que deve ser somado aos esforços de conscientização das pessoas.

"A gente está falando de quase R$ 100 milhões destinados às ações de prevenção. Dessa parte, próximo a R$ 40 milhões é para a limpeza de galerias e canais. Se tivesse menos lixo, menos resíduos, a Prefeitura gastaria muito menos e o ambiente estaria protegido. A gente poderia utilizar esse recurso para estar construindo uma escola, uma Upinha, um hospital. É muito importante que cada recifense faça a sua parte", disse o prefeito.

São Lourenço da Mata

Em São Lourenço da Mata, as preocupações do prefeito Vinícius Labanca estão em torno das contenções nos morros, mas, segundo ele, a cidade precisa de apoio federal para tirar os projetos do papel. "Recife, que é o primo rico da área metropolitana, tem ainda condições de fazer, vejo um trabalho do prefeito muito grande para isso. Aqui em São Lourenço, temos muitas dificuldades e realmente precisamos de emendas do governo federal para nos haver condições de fazer muros de arrimo", disse.

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