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The New York Times publica reportagem sobre jovens que 'surfam' em ônibus em Olinda

Visita a cidade aconteceu em 2017. Fotógrafo e jornalista Victor Moriyama relatou como foi conviver com os jovens durante uma semana

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Katarina Moraes

Publicado em 08/06/2021 às 13:39 | Atualizado em 08/06/2021 às 13:54
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O perigo e a forte tradição que rondam a prática do 'surfe' em ônibus, popular entre jovens de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, têm chamado atenção até mesmo da imprensa internacional. Quatro anos após visita à cidade, nessa segunda-feira (7), o The New York Times, jornal estadunidense, publicou uma reportagem que fala sobre o grupo "Os Loucos do Surf".

No texto, o fotógrafo Victor Moriyama relatou como foi viver a experiência com os jovens na popular Avenida Presidente Kennedy. "Eu senti uma onda de adrenalina. Viajando a 30 milhas por hora ao longo da Avenida Presidente Kennedy, eu estava tentando o meu melhor para documentar um grupo de jovens brasileiros que estavam ilegalmente 'surfando' em ônibus urbanos em movimento", contou.

A reportagem diz que um jovem surfista chamado Luciano Schmitt contou que a "arte do surfe de ônibus" foi em parte uma resposta à falta de pontos culturais e de lazer. E alguns outros surfistas de ônibus disseram que também foi "uma forma de protesto contra o preço do transporte público - e, de forma mais ampla, contra as adversidades e restrições financeiras impostas a milhões de jovens que lutam nas periferias da sociedade".

O repórter conta que ficou sabendo do grupo através de um vídeo postado no Facebook, em que Marlon dos Santos, então com 16 anos, conhecido como 'Diamante Negro' "surfava em um ônibus em alta velocidade, esbanjando confiança e tirando selfies". Uma semana depois, encontrou com os garotos no terminal rodoviário de Xambá, que desconfiaram das intenções do fotógrafo.

"'Você não é um policial?' eles perguntaram. Mostrei a eles meu site e minha conta do Instagram e, em poucas horas, juntei-me a eles em uma viagem de ônibus. Durante minha visita de uma semana com os surfistas de ônibus em 2017, me senti feliz e livre", contou Moriyama.

No Instagram do NYT, centenas de pernambucanos comentaram a reportagem, entre críticas, elogios e até brincadeiras.

  • "Parece que só as coisas ruins que chamam a atenção da mídia internacional. O Brasil é muito mais do que isso", disse uma internauta.
  • "Eu amo o pernambucano. Olha nossa forma de protestar", comentou outra.
  • "Matéria maravilhosa, muito bom ver a periferia sendo retratada sem preconceitos", afirmou uma seguidora.

Perigo

O Grande Recife Consórcio afirma que a prática de surfar ou morcegar nos ônibus do sistema de transporte público de passageiros é proibida, pois coloca em risco a vida de quem faz e a dos demais usuários. O órgão ainda informa que, segundo o regulamento, ao perceber essas situações, o motorista deve parar o ônibus e solicitar que a pessoa desça do veículo. Em caso de acidente, o motorista deve para o veículo e acionar o Samu, salvo em situações em que ele se sinta ameaçado.

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