Motivo de preocupação mundial, nova cepa Delta do coronavírus não chegou a Pernambuco
Em Pernambuco, segundo estudo do Instituto Aggeu Magalhães, predomina a variante Gama, também chamada P1
Motivo de preocupação no mundo e com os primeiros casos confirmados no Brasil recentemente, a nova variante Delta do vírus da covid-19 ainda não chegou a Pernambuco. Segundo estudo realizado pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE) e divulgado nesta terça-feira (6) pelo governo estadual, predomina no território pernambucano a cepa Gama (P1).
Um novo sequenciamento genético de amostras biológicas de pacientes acometidos pela doença confirmou essa informação. De acordo com análise feita pelo instituto, 100% das 32 amostras analisadas apresentaram a cepa Gama. Os pacientes que adoeceram em maio eram de municípios da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão.
"Temos uma preocupação adicional com as variantes e continuamos vigilantes. O novo sequenciamento da FioCruz apontou a prevalência da variante Gama, a chamada P1, sem a introdução de outras variantes no Estado", comentou o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, durante coletiva online.
"Reforço que o vírus continua entre nós. A pandemia não acabou. Qualquer descuido agora pode gerar uma contaminação. O uso da máscara, a limpeza constante das mãos, o distanciamento físico e o cumprimento dos protocolos setoriais são o caminho para seguirmos em frente com mais vidas salvas", destacou André Longo.
TRANSMISSIBILIDADE
Especialistas atrelam a Delta à onda de infecções que abalou a Índia no primeiro semestre. No pior dia da pandemia no país, a Índia chegou a concentrar 49% dos infectados e 28% dos óbitos do mundo em 24h, foram 3.980 mortes. Em maio, a variante foi classificada como uma cepa de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até agora, conforme cientistas, as vacinas disponíveis no Brasil têm eficácia contra essa nova variante.
Quatro novas cepas do coronavírus que circulam no mundo são consideradas "variantes de atenção" pelas autoridades sanitárias e que podem apresentar um alto grau de transmissibilidade ou de agravamento do quadro clínico do paciente infectado.
As variantes gama (P.1), alpha (B.1.1.7), beta (B.1.351) e delta (B.1.617.2) já foram identificadas em circulação no País pelo Instituto Adolfo Lutz e pelo Centro de Vigilância Epidemiológica. São 489 casos dessas quatro novas cepas do coronavírus.