ALTO COMANDO

'Pernambuco está muito bem', diz comandante do Exército sobre disputa por instalação de Escola de Sargentos

Governador Paulo Câmara (PSB) saiu otimista da reunião com o comandante do Exército, general de Exército Paulo Sérgio Nogueira, sobre a possibilidade de Pernambuco ser escolhido para a instalação da Escola de Sargentos, em uma disputa com outros dois estados

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Luisa Farias, Marcelo Aprígio

Publicado em 20/07/2021 às 14:11 | Atualizado em 20/07/2021 às 20:18
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Com informações da TV Jornal 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se reuniu, na manhã desta terça-feira (20), com o comandante do Exército, general de Exército Paulo Sérgio Nogueira, e oficiais do alto comando da força, como o comandante militar do Nordeste, general Marco Antônio Freire Gomes, para discutir os projetos do Estado para receber a nova Escola de Sargentos do Exército.

No encontro, realizado na sede da Secretaria de Planejamento de Pernambuco (Seplag), no Recife, o chefe do Executivo local apresentou o terreno onde a escola poderá ser instalada.

Em abril deste ano, o socialista já havia assinado um termo de compromisso que previa um investimento de R$ 323 milhões dos cofres estaduais para a instalação da instituição em Pernambuco. À época, o Executivo informou que, dos 16 municípios que se dispuseram a sediar a nova unidade, apenas três ainda estavam na disputa: Ponta Grossa (Paraná), Santa Maria (Rio Grande do Sul) e Abreu e Lima, no Grande Recife.

Pernambuco foi o último estado por onde a comitiva passou para a última etapa do processo, que é a visita in loco. "O general tem agora as informações tanto do estado de Pernambuco como do Rio Grande do Sul e do Paraná e estamos com uma expectativa positiva diante de tudo que foi apresentado. Eu tenho certeza que Pernambuco fez um bom dever de casa para a gente ter condições de receber essa escola", afirmou Paulo Câmara após a reunião. 

No termo de compromisso, firmado durante reunião do governador com os generais Freire Gomes, Joarez Pereira, Álcio Costa e Gomes Matos, o Governo de Pernambuco garantiu investimentos nas áreas de mobilidade, transporte público, infraestrutura hídrica e viária, entre outras áreas.

A ideia é construir a escola dentro do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti. O projeto ocupará 75 km², situados entre os municípios de Abreu e Lima, Paudalho, Tracunhaém, Araçoiaba, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Igarassu.

Caso saia vencedor, o Estado receberá um investimento de um bilhão de reais para a construção da escola, além da chegada de forma permanente de cerca de 10 mil pessoas entre civis e militares, considerando os cerca de 2.400 alunos que fazem o curso de formação por ano, o corpo docente de 5.800 militares, e ainda as famílias dos estudantes.

A decisão deve sair até outubro. "Claro que o comandante tem uma assessoria, eu tenho um alto comando que me ajuda a decidir isso daí, e nós vamos trabalhar nos próximos dois meses para que a gente possa decidir dar o melhor futuro a esse projeto, porque é um projeto para o resto da vida, para 100 anos", explicou o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira. 

Com os R$ 320 milhões acordados para investimento, o Governo de Pernambuco vai viabilizar obras nas áreas como mobilidade, transporte público, infraestruturas hídrica e viária. "Nós apresentamos contrapartida já no âmbito de infraestrutura de estradas, de água, de esgotamento sanitário, toda a questão de conectividade, questões relacionadas a toda infraestrutura para receber um empreendimento como esse que vai circular tanta gente. Está garantido ao Exército Brasileiro que também tem contrapartidas, evidentemente, de fazer com que essa escola se torne realidade", pontuou Paulo. 

Por isso, o governo prevê a geração série de vagas de emprego na Região Metropolitana do Recife (RMR), e até mesmo o aumento a demanda por escolas públicas e privadas.

Boa parte dos empregos gerados serão na própria obra para a construção do complexo da Escola de Sargentos. "É uma obra gigantesca em que nós teremos a possibilidade de durante a obra, criar muitos empregos diretos e indiretos. (Será) uma construção de prédios, da parte olímpica, de estandes de tiro, de base de instrução, de alojamentos, de ginásios, de parque aquático. Tudo isso está no projeto para que a gente possa em curto prazo, seis, sete, oito anos, poder ter a escola pronta realmente para funcionar na íntegra", explicou o comandante do Exército.  

O Exército tem o projeto de unificar a Escola de Sargentos das Armas em Três Corações, localizada no estado de Minas Gerais, voltada para a formação de sargentos combatentes, e a Escola de Sargentos de Logística, no Rio de Janeiro (RJ). Há a expectativa que os alunos do Centro de Instrução de Aviação do Exército, em Taubaté (SP), cursem o primeiro ano básico no Recife. 

"Essa junção com certeza é indutor de desenvolvimento social, dada a formação de sargentos ser feita aqui em Pernambuco mas também um indutor de desenvolvimento, porque tem alunos, tem corpo técnico, as famílias que vão acompanhar todo esse processo e tem o desenvolvimento das cidades que vão ser contempladas caso o projeto seja instalado em Pernambuco", ressaltou Paulo Câmara.

O governo estadual ainda ofereceu um terreno de mais de 150 hectares para a construção de um complexo logístico do Exército, com valor estimado de R$ 79 milhões. Ele fica na área da Cidade da Copa, no município de São Lourenço da Mata.

Também faz parte do acordo, caso se concretize, a aquisição de uma área de cinco hectares que servirá para o Centro de Convivência e Bem-Estar da futura Escola de Sargentos.

Chances

Paulo Câmara disse ter saído otimista da reunião com o general e o alto comando. "Ter uma Escola de Formação de Sargentos dá oportunidade para que muitos brasileiros venham a Pernambuco, morem em Pernambuco, se formem em Pernambuco e sigam uma carreira tão nobre como a carreira militar a partir dessa formação. Estamos otimistas e esperamos realmente diante do que foi apresentado que Pernambuco seja selecionado", disse. 

Já o general Paulo Sérgio Nogueira disse que não poderia apontar nenhum favoritismo para Pernambuco em detrimento dos outros estados que também estão na disputa para instalar a escola. Apesar disso, ele admitiu que pesa positivamente para Pernambuco o fato do estado já ter um Campo de Instrução, ainda que outras áreas também tenha importância, em especial a situação da Saúde e da Educação no estado. 

Além da reunião com o governador, o general também esteve reunido com representantes do empresariado pernambucano durante a visita ao Recife. Anteriormente, ele se encontrou com a bancada federal pernambucana, entre deputados e senador, em Brasília. Segundo o general, os parlamentares se comprometeram com a eventual parceria entre o Exército e o estado. 

"Mas eu digo da mesma forma que falei em Santa Maria (RS) e em Ponta Grossa (PR): Eu tenho que ser técnico, imparcial, e tenho que ver a razão. Mas digo com toda a pureza d'alma que fiquei muito satisfeito com o que foi apresentado aqui pelo governador de Pernambuco", afirmou o general. "O que pesa muito é a parte técnica, do que nessa parceria a gente tem do poder público para que a gente possa facilitar a vida da escola. Digo que Pernambuco está muito bem", completou. 

Hoje, a Escola de sargentos de Carreira possui dois campos de instrução, ambos situados no Estado de Minas Gerais. Ela é uma instituição de nível superior, que cuida da formação e graduação de sargentos combatentes de carreira das armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações. A nova escola também formará militares do quadro de Material Bélico, Serviço de Saúde, Música, Topografia e Aviação do Exército. Cerca de 140 mil candidatos se inscrevem todos os anos para a seleção do curso.

Também participaram da reunião os secretários estaduais de Defesa Social, Humberto Freire, de Infraestrutura e Recursos Hídricos Fernandha Batista, de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebelo, de Cultura, Gilberto Freyre Neto e da Casa Militar, Coronel Carlos José Viana.

Do Exército, estiveram presentes o comandante militar do Nordeste, general Marco Antônio Freire Gomes; o chefe do Estado-Maior do Exército, general Marcos Antônio Amaro; o chefe do departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Júlio Cesar de Arruda; e o chefe do departamento de Educação e Cultura do Exército, general André Luís Novaes.

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