Investigação

Viúva do motorista da vice-governadora presta primeiro depoimento à polícia

A oitiva durou cerca de duas horas. Segundo advogado, Adriana Oliveira respondeu perguntas do delegado sobre histórico de brigas ou ameaças contra Adelcio

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Luisa Farias

Publicado em 27/07/2021 às 10:11 | Atualizado em 27/07/2021 às 11:09
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Com informações da TV Jornal

A viúva do 3º sargento da Polícia Militar Adelcio Miguel Ângelo, Adriana Oliveira, prestou depoimento pela primeira vez sobre o caso nessa segunda-feira (26) no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). O policial de 43 anos foi morto a tiros no último dia 21 de julho no bairro do Sítio dos Pintos, na Zona Norte do Recife. Deixou a esposa e dois filhos.

Alceio trabalhava na Polícia Militar há 14 anos e trabalhava há quatro como motorista da vice-governadora Luciana Santos (PCdoB). O policial estava de folga no dia do crime e fazia a entrega de um videogame. No local, dois homens o abordaram enquanto o militar abria o porta-malas do carro para retirar o videogame. Adelcio teria se assustado e tentado fugir, quando foi atingido por dois tiros.

Ângela Oliveira foi ouvida pelo delegado responsável pelo caso. A oitiva durou cerca de duas horas. Visivelmente abalada, ela saiu do DHPP acompanhada de três advogados e não quis gravar entrevista. 

"O delegado buscou informação se ele já tinha recebido alguma ameaça, se houve de fato algum assalto na loja ou se houve algum desentendimento com alguém, algum fato relevante que pudesse ser um motivo do crime", afirmou o advogado da família, Émerson Beltrão. "Não houve assalto à loja, não houve ameaças, na realidade para ela é tudo muito assustador, porque não havia motivo para essa tragédia", completou Émerson. 

No mesmo dia do crime, um suspeito de 23 anos foi preso em flagrante próximo ao local e confessou a autoria. Em depoimento no DHPP, ele apresentou duas versões sobre os fatos. Uma delas é de que teria agido sozinho após ter sido ameaçado pelo policial. A outra é de que teve a ajuda de dois outros homens, que não foram encontrados pela Polícia Militar.

A defesa não descarta nenhuma das versões. "Me chama atenção é que o policial não desceria no local ermo, existe um procedimento de segurança até para se vender o videogame se não tivesse algo de confiança, algum suporte para que ele descesse naquele local e entregasse a mercadoria", disse Émerson.

O suspeito foi autuado pelo crime de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. O videogame roubado não foi encontrado. Chama atenção o fato da arma do policial não ter sido roubada. "Como não foi levado nada, como não há nenhum disparo na arma do policial, ainda sim é investigada se há outra motivação, se existe algo por trás de tudo isso. Um mandante, algum autor intelectual para que pudesse se passar por uma falsa compra a fim de dar cabo da vida do policial", apontou o advogado. 

Briga

Na semana passada, outra advogada da família, Isabela Pequeno, apontou a possibilidade da relação do crime com uma briga envolvendo Adelcio ocorrida há 10 anos, o que está sendo apurado. "Há dez anos, no bar da faculdade, um homem paquerou a esposa dele e houve um desentendimento. Quando Adelio, que era muito tranquilo, estava saindo do estabelecimento, o rapaz efetuou dois disparos contra ele, que não reagiu. Esse rapaz foi preso e solto recentemente. Essa história também está sendo avaliada pela polícia", contou a advogada. 

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