Nas redes sociais, ONGs denunciam presença de bolas de petróleo em praias de Fernando de Noronha
Fotos de pequenas bolas de petróleo começaram a circular nas redes sociais neste sábado (14). Moradores da ilha denunciam que o problema é antigo mas está se tornando mais frequente
Atualizada às 15h
Muitos perfis nas redes sociais começaram a compartilhar neste sábado (14) fotografias de praias na ilha de Fernando de Noronha que estariam recebendo bolas de petróleo já endurecidas, conhecidas como "piche". No perfil do Instituto BiomaBrasil, no Instagram, as fotos são acompanhadas do texto: "Acabamos de receber essas fotos, de diferentes grupos e pessoas, constatando a chegada de muitas bolotas de petróleo e lixo plástico, trazidas pela Corrente Sul Equatorial. A mesma corrente que trouxe o óleo em setembro de 2019 para o litoral do Nordeste".
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O perfil do grupo Salve Maracaípe relaciona uma possível ligação da poluição atual com o óleo derramado no litoral do Nordeste há dois anos. "É com preocupação que recebemos a informação da chegada de petróleo em Fernando de Noronha. Aparentemente um petróleo já intemperizado, e com alguma chance de ainda ser o mesmo que atingiu todo o Nordeste em 2019, mas que isso só pode ser confirmado via análise em laboratório. O material chegou através das correntes oceânicas que também sempre carrega muito lixo para as Ilhas, algo, infelizmente normal. Esse evento deixa ainda mais claro os riscos da exploração de petróleo no entorno oceânico da Ilha, que tem uma alta sensibilidade ecológica ao tempo de uma enorme importância global", abordou a postagem.
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O Instituto BiomaBrasil informa ainda que, "pelas fotos, o óleo parece estar bem intemperizado [decomposto em pedaços pequenos]. Menos pior... mas a quantidade é significativa, além do lixo plástico, que chega todos os dias nas praias de Caieras, Sueste e Leão, pela mesma corrente", diz o texto.
O morador de Noronha Julio Costa, contou a reportagem do JC que o aparecimento do "piche", como são chamadas as porções de petróleo, nas praias de Noronha, sempre aconteceu, mas era um fenômeno mais ou menos raro. "De uns tempos pra cá está se tornando mais frequente, o que é preocupante, porque a ilha vive do turismo e se isso se tornar grave pode prejudicar a população", falou o morador que mantém na ilha uma pousada.
A analista ambiental do IcmBio e chefe do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Carla Guaitanele, informou que ainda na manhã deste sábado (14) foi organizado um mutirão de limpeza das praias atingidas pelo petróleo. O mutirão reúniu cerca da 40 pessoas entre pessoal da Marinha, Administração da Ilha, IcmBio e moradores. "O petróleo começou a chegar trazido pelas correntes marinhas ainda ontem [sexta-feira,13]; durante a limpeza coletamos algumas amostras que serão enviadas para análise para sabermos se é possível identificar a origem do material", falou da ilha, por telefone, Carla Guaitanele.