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Rodoviários cobram negociação salarial e ameaçam entrar em greve durante ato no Recife

A manifestação acontece na manhã desta segunda-feira

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Vanessa Moura, Roberta Soares

Publicado em 16/08/2021 às 7:00 | Atualizado em 16/08/2021 às 12:21
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Integrantes do Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana realizaram protesto na manhã desta segunda-feira (16) no Terminal Integrado (TI) de Joana Bezerra, na área central da cidade. O ato reivindica o reajuste salarial da categoria e traz consigo a ameaça de uma greve.

A manifestação acontece cerca de 11 dias depois dos rodoviários rejeitarem a proposta dos empresários de ônibus de adiar para janeiro de 2022 as negociações sobre o reajuste. A negativa foi votada em assembleia da categoria realizada na tarde do dia 5 de agosto, em Santo Amaro, área central do Recife. Com a rejeição, a possibilidade de protestos, paralisações e até mesmo uma greve do transporte público tornou-se ainda mais provável.

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Na manhã desta segunda, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana, Aldo Lima, explicou que a proposta de adiar o reajuste aconteceu ainda em julho, mas foi recusada, de imediato. "Nós tivemos uma rodada de negociação em 19 de julho e a proposta apresentada pela Urbana foi levar essas discussões pra janeiro, proposta essa que foi de imediato recusado pelo sindicato. Mas também submetemos essa proposta em aos rodoviários em assembleia, e também foi recusada", revelou.

Às 14h30, o Sindicato dos Rodoviários se junta aos representantes da Urbana-PE em mais uma rodada de negociações, que deve ser decisiva. "Nós estamos esperando que a Urbana possa, de fato, apresentar uma proposta que eu possa levar aos trabalhadores. Estamos pedindo um ajuste da inflação mais 8% de ganho real, além do reajuste do tíquete alimentação para R$ 400 e que seja implementado na convecção coletiva de trabalho um plano de saúde. E se não tiver negociação é possível sim que tenha greve, com certeza, porque é impossível levar essas discussões para janeiro", completou o presidente. 

O que diz a Urbana?

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Em entrevista à Rádio Jornal horas antes da assembleia dos motoristas e cobradores, o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, minimizou a reação dos rodoviários e a possibilidade de uma greve de ônibus em breve - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Horas antes da assembleia onde os rodoviários negaram o adiamento do reajuste, em 5 de agosto, Fernando Bandeira, presidente da Urbana-PE, minimizou a reação dos rodoviários e a possibilidade de uma greve de ônibus, em entrevista à Rádio Jornal. Na ocasião, ele argumentou que o setor empresarial fez apenas uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários para adiar as negociações. A proposta não significaria, obrigatoriamente, o fim das conversas e, consequentemente, uma paralisação dos serviços na RMR.

“A pandemia provocou dificuldades em todos os segmentos econômicos e no transporte público perdemos 75% da demanda que tínhamos em março de 2020, antes do início da crise sanitária. Hoje estamos com 60% da demanda de antes. Por esse motivo, fizemos uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários se não seria mais produtivo se passássemos a negociação para janeiro de 2022. Logicamente que, se eu transfiro a discussão para janeiro, eu estarei pagando a inflação de 18 meses em vez de 12 meses”, colocou Bandeira.

Na época, o presidente da Urbana-PE explicou, ainda, que o setor empresarial segue aberto a conversar com os rodoviários. “Ainda teremos a segunda rodada de negociação. Devemos voltar a conversar no meio da próxima semana”, afirmou. Na visão de Bandeira, a proposta do setor foi coerente e deveria ser aceita pelos rodoviários. “Acredito que o bom senso deve prevalecer. A proposta que fizemos aos rodoviários é madura, correta, não estamos reduzindo a correção, daremos de julho a janeiro, e acredito que o presidente (Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários) vai ter a sensibilidade de defender isso perante a categoria. Mas, mesmo que não aceitem, não haverá necessariamente uma greve. Nós voltaremos a conversar. Neste momento não há nada de greve”, finalizou.

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