Violência

Artista morre esfaqueado na Rua Mamede Simões, point da boemia recifense

Conhecido como Japa Rua, jovem de 25 anos morre após discussão em um bar. Testemunhas contam que ele ainda chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos

JC
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Publicado em 08/01/2022 às 21:06
Reprodução/Instagram
SANTO AMARO Japa Rua não percebeu que havia sido esfaqueado - FOTO: Reprodução/Instagram
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Point da intelectualidade recifense, a Rua Mamede Simões, no bairro de Santo Amaro, transformou-se em cenário da violência urbana na madrugada da quinta para sexta-feira (7). O artista Andreyvson Richard da Silva, 25 anos, foi esfaqueado após uma discussão. Ele era conhecido como Japa Rua, numa referência à sua atuação pelas ruas da cidade, recitando poesias nos ônibus, na rua e no metrô, participava de grupos de grafitagem e de batalhas de hip hop. A morte do jovem chama atenção para a insegurança no Centro do Recife (em especial Santo Amaro) e também provocou revolta de movimentos sociais pela morte precoce de um jovem negro que lutava por justiça social. 

Segundo testemunhas, o crime aconteceu por volta das 23h30 da quinta-feira (6) e Japa morreu na madrugada da sexta-feira (7). Japa e o agressor teriam discutido e depois o agressor fugiu. Japa correu atrás dele, mas depois voltou e se sentou em uma cadeira. Foi só nesse momento que o artista percebeu que estava ferido. Nem as pessoas em volta nem ele mesmo percebeu o golpe de faca que seria letal. 

Ainda de acordo com testemunhas, uma pessoa amiga colocou uma camisa no ferimento para estancar o sangue e socorrem Japa em um carro particular. Ele chegou a ser levado ao Hospital da Restauração, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Revoltado, o pai do rapaz Luciano Izidio de Melo Silva diz que quer justiça pelo filho, a mesma justiça que se daria a um jovem branco que enfrentasse a mesma situação.  

INQUÉRITO POLICIAL

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que será aberto inquérito para investigar o caso. Até a postagem desta matéria nenhum suspeito havia sido preso pelo crime.  "As investigações foram iniciadas e seguem até elucidação do crime", afirma a Polícia Civil. 

Nas redes sociais o tema gerou repercussões. Movimentos do hip hop publicaram uma nota pedindo justiça pela morte de Japa. "O assassinato de Japa sinaliza como a cidade do Recife se importa com as vidas negras, principalmente numa rua que é extremamente simbólica por ser frequentada por grande parte da branquitude recifense. Nos perguntamos como teria sido a comoção e intervenção se o mesmo tivesse ocorrido com um jovem branco de classe média que frequenta esses mesmos bares", afirma o movimento.

O enterro de Andreyvson será neste domingo (9), às 10h, no Cemitério da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. 

 


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