Empresa que fornece merenda escolar se pronuncia após alunos passarem mal em escola do Cabo
Cerca de 60 estudantes se sentiram mal após refeição na quarta-feira (30). Ao menos 11 alunos precisaram ser levados para o hospital
A empresa General Goods, fornecedora das refeições da merenda escolar da Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, emitiu uma nota nesta quinta-feira (31) após cerca de 60 alunos passarem mal ao comerem o almoço na instituição de ensino.
No texto, a empresa diz que "está trabalhando conjuntamente com as autoridades sanitárias no sentido de identificar as possíveis causas do incidente".
De acordo com a General Goods, ao serem informados da suspeita de intoxicação alimentar, técnicos da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Educação do Estado, além de profissionais do controle de qualidade da empresa, foram até a escola e "não identificaram qualquer irregularidade nas refeições servidas".
Ainda segundo a empresa, os procedimentos de segurança alimentar na unidade escolar estão sendo reforçados. A General Goods finaliza a nota informando que serve 100 mil refeições por dia em Pernambuco e no Rio de Janeiro para clientes públicos e privados.
Alunos passaram mal após o almoço
Cerca de 60 estudantes passaram mal após comerem a merenda na Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda nessa quarta-feira (30). Os primeiros casos foram identificados por volta das 13h30. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para socorrer os adolescentes.
Além das unidades móveis do Cabo, outras ambulâncias de Ipojuca e Sirinhaém foram chamadas para a ocorrência. O Samu informou que 11 alunos, com idades entre 14 e 17 anos, de ambos os sexos, foram levados para o Hospital Mendo Sampaio, no Cabo, com sintomas mais acentuados de infecção.
O neto da dona de casa Edileuza Maria foi um dos alunos que se sentiu mal. "Ele me ligou desesperado e perguntei o que foi que tinha acontecido. Foi quando ele disse que vomitou duas vezes e fui buscá-lo correndo. Quando cheguei (na escola) ele me mostrou o WhatsApp... Vi muita coisa, menina desmaiando, povo gritando, muita coisa", contou Edileuza.
O estudante Kauã Henrique, 18 anos, que cursa o 3º ano, relatou que os colegas já comentavam que a comida estava "estranha" mesmo antes da turma dele ser liberada para fazer a refeição. "A gente vinha recebendo informação dos outros alunos que o frango estava cheirando mal, mas não achamos que seria nada grave. A gente comeu e depois do almoço, ao chegar na sala, já começamos a passar mal. As primeiras turmas que almoçaram foram as mais afetadas, afirmou.
A Secretaria de Educação e Esportes do Estado (SEE) também se pronunciou após o ocorrido. Segundo a pasta, a gestão da escola providenciou os primeiros socorros aos jovens, acionou o Samu e entrou em contato com os pais e responsáveis.
A Gerência Regional de Educação Metropolitana Sul encaminhou uma equipe de nutricionistas à instituição de ensino para fazer a anamnese com os estudantes e coletar as amostras da refeição para análise laboratorial, "onde todos os pontos precisam ser analisados com precisão antes de qualquer conclusão".
Ainda de acordo com a pasta, todas as merendas passam por "uma avaliação nutricional rigorosa" antes de ser servida aos estudantes e que todas as refeições são feitas diariamente. Periodicamente, os alunos se submetem à aplicação de um questionário de satisfação e de aceitabilidade. Segundo a secretaria, as aulas da unidade não foram suspensas e os estudantes que se sentiram mal só foram liberados após autorização médica e com a presença dos pais ou responsáveis.