SUAPE

Parque Metropolitano das praias do Cabo ganha recebe propostas da Unesco para sair do papel

Região é reconhecida como marco geológico mundial por ser o ponto de ruptura do continente Gondwana, dando origem ao Oceano Atlântico e aos continentes do hemisfério sul

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JC

Publicado em 02/12/2022 às 17:03 | Atualizado em 02/12/2022 às 18:38
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Em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), uma série de palestras foram realizadas no Seminário Pacto por Suape Sustentável, evento que encerrou a Semana Compliance 2022 da estatal portuária, nesta quinta e sexta-feira (1 e 2), no Hotel Intercity Costa Dourada, localizado no Cabo de Santo Agostinho.

Durante a programação, foi destacado o estudo de viabilidade para consolidação do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, área que compreende a região das praias de Gaibu, Calhetas, Paraíso e Suape, e que se destaca por sua beleza natural, monumentos históricos e formação geológica. A região é reconhecida como marco geológico mundial por ser o ponto de ruptura do continente Gondwana, dando origem ao Oceano Atlântico e aos continentes do hemisfério sul.

Já nesta sexta-feira (2), o encontro trouxe à mesa possíveis soluções estratégicas de mitigação com foco nos recursos naturais do complexo, apresentou os impactos e medidas de adaptação no território e fez uma análise de risco climático no setor portuário nacional. Todo o evento foi realizado de maneira híbrida (on-line e presencial), via Google Meet.

“O trabalho que vem sendo desenvolvido com a Unesco é de grande importância para Suape. O acordo de cooperação técnica, assinado no início de 2021, busca implementar estratégias de gestão e preservação dos recursos naturais, patrimoniais e histórico-culturais do complexo, a exemplo do parque metropolitano. Esperamos que esse evento impulsione ainda mais o crescimento sustentável do porto, possibilitando o desenvolvimento de ações fundamentais para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, tema atual e necessário”, afirmou o diretor-presidente do Porto de Suape, Francisco Martins.

No encontro, ocorreram, ainda, debates sobre as iniciativas que estão sendo desenvolvidas na zona industrial portuária de Suape, como a criação do Cluster de Inovação Industrial e as estratégias de desenvolvimento da região. Entre os palestrantes convidados estiveram Oziel Alves, diretor industrial do Senai Pernambuco; Keila Lima Ferreira, coordenadora do ICLEI (Governos pela Sustentabilidade); representantes da Unesco, acadêmicos e integrantes da diretoria da estatal portuária e do Conselho Gestor do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti.

“O objetivo do seminário foi reforçar a divulgação dos resultados obtidos nos projetos desenvolvidos em parceria com a Unesco, a fim de que possam ser construídas soluções conjuntas com os membros das comunidades do território estratégico de Suape”, ressaltou o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do atracadouro, Carlos Cavalcanti.

GEOPARQUE

Os geoparques mundiais reconhecidos pela Unesco são áreas geográficas unificadas, nas quais sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados de forma a agregar importância histórica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica e científica, trabalhando com o tripé da conservação, educação e o desenvolvimento sustentável. A ideia do acordo de cooperação entre Suape e a instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) é transformar o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti em um Unesco Global Geopark, ou seja, parque geológico.

COMITÊ GESTOR

Em 2021, o governo de Pernambuco sancionou a lei Nº 17.772/2022, que oficializou a criação do Conselho Gestor do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. O grupo é composto por entidades governamentais e representantes da sociedade civil e tem como finalidade coordenar ações para o uso e ocupação adequadas das áreas localizadas dentro do sítio histórico.

O conselho, que tem caráter deliberativo, paritário e permanente, é formado por 16 membros, sendo oito escolhidos entre representantes do atracadouro, da Secretaria de Defesa Social, da Secretaria de Turismo, da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco- (Fundarpe) e da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho. Os oito representantes da sociedade civil são escolhidos de forma determinada pelo Regimento Interno do conselho.

HISTÓRICO DO PARQUE

Tombado como patrimônio histórico estadual e localizado no Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho, o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti foi criado em 1979 e guarda ruínas de um sistema de defesa construído no século 17 com quartel, fortes e baterias. Também conserva vestígios de prédios religiosos (igrejas e conventos), de faróis e da casa dos faroleiros.

O Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho/Baía de Suape abrange o acidente geográfico do Cabo e a Praia de Suape, ao sul até o Pontal. De acordo com alguns historiadores, aquele era o local onde supostamente aportaram os primeiros navegadores que vieram às Américas desde o século XV, e que mais tarde, serviu como ancoradouro natural para escoamento da produção de açúcar nos séculos XVI e XVII, sendo ainda, foco da resistência ao invasor holandês.

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