Ataques nas escolas

Lula se reúne com governadores para discutir ameaça nas escolas. Entenda por que o dia 20 foi escolhido para realizar supostos ataques

Autoridades, pais e estudantes estão preocupados com ameaça de ataques nas escolas no dia 20 de abril, mas governo tenta tranquilizar a população com medidas de segurança e protocolos

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 17/04/2023 às 18:28 | Atualizado em 17/04/2023 às 22:32
Rovena Rosa/Agência Brasil
Sala de aula - FOTO: Rovena Rosa/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta terça-feira (18) com os governadores dos Estados para discutir as ameaças de ataques a escolas, que ganharam as redes sociais no País. A data apontada para a suposta investida está marcada para o dia 20, a próxima quinta-feira. O dia definido para criar pânico não foi escolhido aleatoriamente. 

Idolatrado por grupos extremistas e nascido em 1889, o ditador alemão Adolf Hitler faz aniversário em 20 de abril. A data também marca os 24 anos da tragédia de Columbine, o primeiro grande ataque da história a uma escola americana.  

Em 20 de abril de 1999, dois alunos da Columbine High School, escola secundarista localizada na mesma cidade, no estado do Colorado, nos Estados Unidos, invadiram a unidade armados com espingardas, carabinas, facas e explosivos.

Autoridades identificaram que a dupla planejou o crime com antecedência e utilizava um site na internet para ensinar a fabricar bombas, além de ter publicado uma lista com possíveis alvos de um ataque. A ação deixou 15 mortos, sendo 12 alunos, uma professora e os dois próprios autores do crime, que cometeram suicídio.

Reprodução Redes Sociais
Cartaz no banheiro da Universidade Federal de Pernambuco foi pichado com suposto data de ataque no dia 20 de março. A data marca o aniversário de Hitler e o ataque à escola nos EUA - Reprodução Redes Sociais

MEDO E SOLUÇÕES 

Apesar de se saber que a maioria das postagens nas redes sociais não passa de alarme falso; as ameaças causam medo e insegurança a pais, alunos e professores e impacta a rotina escolar. Aguns pais estão preferindo não levar os filhos para a escola, outros estão estão indo observar de perto as medidas de segurança adotadas antes de tomar uma decisão. 

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz, diz que a orientação é manter a rotina. "A orientação do Sindicato é no sentido de as escolas funcionarem normalmente, cumprindo seu planejamento e calendário escolar", afirma.

Apesar da diretriz, José Ricardo reconhece as decisões em contrário. "Respeitamos a escolha de pais em não levar seu filho à escola, como também compreendemos a opção daqueles que decidam deixar seu filho na escola para as atividades do dia", observa. De acordo com o Sinepe, Pernambuco tem 2,1 mil escolas e 460 mil alunos. 

R$ 150 MI PARA A SEGURANÇA

Após a morte de quatro crianças na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou no dia 5 de abril, que vai liberar R$ 150 milhões para Estados e municípios reforçarem rondas no entorno de escolas. Os recursos são provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Outra medida no plano federal foi a criação de canais para denunciar ameaças nas escolas. O serviço Disque 100 passa a receber essas denúncias e também foi disponibilizado um WhatsApp, por meio do número (61) 99611-0100.

Os denunciantes podem enviar mensagens de texto, áudios, fotos, arquivos multimídia, links ou URL's que mostrem o teor da denúncia. A pessoa que denunciar não precisa se identificar, ficando totalmente sob anonimato.

O Ministério da Justiça também foi em cima das plataformas digitais, determinando que elas não podem se isentar dos conteúdos publicados. O ministro Flávio Dino assinou uma portaria que obriga as empresas a retirarem imediatamente conteúdos que promovam violência, após pedido das autoridades competentes.

As plataformas também terão de promover a moderação ativa de conteúdos e de contas e adotar um sistema contínuo de avaliação de riscos para evitar novas ameaças a escolas. 

PERNAMBUCO 

O governo do estado também desenvolve ações para melhorar a segurança nas escolas. Foi criado o número 197 para denúncias exclusivas de ameaças às escolas. 

O Estado também criou um protocolo de segurança, que deve ser seguido em ameaças ou atos criminosos nas escolas.

 Em caso de identificação de qualquer caso de ameaça de violência, o responsável pela unidade escolar deverá "comparecer à Delegacia de Polícia para registro do Boletim de Ocorrência devendo o mesmo ser instruído com o máximo de informações possíveis", "enviar a cópia do boletim de ocorrência à SEE, através das Gerências Regionais de Educação, junto com ofício e com relatório da situação" e "comunicar à Gerência Regional de Educação em caso de difi culdade de registro dos boletins de ocorrências, para que esta entre em contato com a Secretaria de Defesa Social através do e-mail próprio".

No caso das ameaças, além de investigadas, os autores receberão punição. A ideia é que os responsáveis respondam por crime de terrorismo, que tem pena de 12 a 30 anos.

Os adolescentes que praticarem ameaças contra as escolas também serão punidos. Eles podem ser apreendidos e ficar internados em instituições de acolhimento a menores infratores.  

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