O Recife registrou uma diminuição na taxa de pobreza extrema, durante os anos de 2021 e 2022. De acordo com o levantamento da PUCRS Data Social, o índice da metrópole caiu de 13,9% para 9,6%.
Apesar da diminuição, o estudo alerta para o fato de que, com exceção de Aracaju, em todas as Regiões Metropolitanas do Nordeste e do Norte a taxa de pobreza ultrapassou um terço da população, em 2022.
De acordo com o levantamento, as Regiões Metropolitanas em que o índice de pessoas em situação de pobreza foi mais alta, em ordem crescente, foram as regiões do Macapá (43,7%), Recife (44,6%), Grande São Luís (45,6%), João Pessoa (46,3%) e Manaus (46,9%).
Assim como em relação à pobreza, em 2022 houve redução da taxa de pobreza extrema, que retornou a 4,7% (3,9 milhões de pessoas), valor levemente inferior ao registrado em 2020. Isso indica - segundo o levantamento - que, no último ano, 1,8 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza extrema no Brasil metropolitano.
Ainda segundo a pesquisa, as Regiões Metropolitanas em que a taxa de extrema pobreza foi mais alta, em ordem crescente, foram as Regiões Metropolitanas da Grande São Luís (6,9%), Maceió (7,1%), João Pessoa (9,2%), Recife (9,7%) e Salvador (10,9,0%).
Já as regiões em que essa taxa foi mais baixa, em ordem decrescente, foram Belo Horizonte (2,8%), Curitiba (2,4%), Goiânia (2,0%), Distrito Federal (1,9%) e Florianópolis (1,7%).
O estudo trabalha com as linhas de US$6,85 PPC para pobreza e US$2,15 PPC para a extrema pobreza, assim como definidas pelo Banco Mundial. Em valores mensais de 2022, a linha de pobreza é de aproximadamente R$636 per capita e a linha de extrema pobreza é de aproximadamente R$199 per capita.
Aumento da renda
Com relação ao aumento da renda, o estudo aponta que o rendimento médio nas metrópoles, que havia sofrido forte queda em 2020 e 2021, voltou a subir, alcançando o valor de R$1.984. A elevação entre 2021 e 2022, de 6,5%, ainda não foi suficiente para trazer a média de volta ao patamar anterior à pandemia, mas já indica uma reversão brusca de trajetória.
“Mais de 70% da recuperação da média de renda das famílias se deve aos rendimentos provenientes do trabalho. A taxa de desocupação caiu no período, e a média da renda per capita do trabalho subiu de R$1.428 para R$1.507, o que empurrou a renda das famílias para cima”, explica o professor IPPUR-UFRJ e coordenador do estudo, Marcelo Ribeiro.
O professor, contudo, pondera que os programas de transferência de renda, em especial o Auxílio Brasil, também foram relevantes.
“No início de 2021 o pagamento do Auxílio Emergencial havia sido interrompido, e depois ele volta a ser pago com valores e cobertura menores. Já em 2022 temos o Auxílio Brasil turbinado por conta do calendário eleitoral, e essa diferença explica parte significativa da redução das desigualdades, embora seja menos importante que a renda do trabalho”.