Prédio desaba no Janga, no Paulista; Corpo de Bombeiros e polícia tentam resgatar vítimas
Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 6h35 desta sexta-feira (7) para o desabamento do prédio no Janga
Na manhã desta sexta-feira (07), por volta das 6h35, o Corpo de Bombeiros Militar recebeu chamado para o desabamento parcial de prédio localizado na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima, no bairro do Janga, Paulista, no Grande Recife. A reportagem segue em atualização ao longo do dia.
O desabamento aconteceu em um dos blocos do Conjunto Beira-Mar. No final da manhã, o corpo de um homem foi encontrado sob os escombros. À tarde, também foram encontrados os corpos de uma mulher e de uma adolescente.
O Corpo de Bombeiros, que conta com 87 profissionais trabalhando no local, estima que 20 vítimas ficaram sob os escombros. Dez continuam desaparecidas: quatro adultos e seis crianças e adolescentes.
Uma idosa de 65 anos e um jovem de 18 foram encaminhados com ferimentos para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Uma adolescente de 15 anos foi levada para o Hospital da Restauração. Esta última passou por exames e o estado de saúde é considerado estável.
O Miguel Arraes disse ainda que outros quatro pacientes também passam por atendimento. Eles tiveram ferimentos leves, como escoriações e cortes, e devem ter alta ainda hoje.
VEJA O MOMENTO EXATO DO DESABAMENTO DO PRÉDIO NO JANGA:
O prédio tem três andares, além do térreo, cada um com quatro apartamentos.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o cenário de destruição e os gritos de desespero de testemunhas.
"Temos duas frentes de trabalho. Cães indicaram onde estão possíveis vítimas. Agora, estamos, com ajuda de voluntários e da Defesa Civil, tentando fazer os resgates. Os prédios aqui, como um todo, estão condenados. Não era para as pessoas estarem morando aqui, habitando esse prédio", disse o coronel Robson Roberto, do Corpo de Bombeiros.
VEJA IMAGENS DO PRÉDIO APÓS DESABAMENTO:
A dificuldade nas buscas é ainda maior por causa da forte chuva, que pode, inclusive, ter contribuído para o desabamento do prédio.
A dona de casa Dilma Soares, que tem amigos que moram no prédio que desabou, correu para o local assim que soube da tragédia.
"Não sei como estão minhas amigas. Inclusive uma delas é mãe de duas crianças, que vivem aqui", contou. "Eles sabiam que estava interditado, mas não têm para onde ir. A gente não pode julgar."
VISTORIA FOI REALIZADA NO DIA ANTERIOR, SEGUNDO MORADORES
O prédio estava interditado por ordem judicial desde 2010, de acordo com a prefeitura de Paulista. No entanto, foi reocupado em 2012.
Moradores do Conjunto Beira-Mar relataram que técnicos da Caixa Seguradora estiveram nessa quinta-feira (6) no local e realizaram uma vistoria, constatando que não havia condições de pessoas morarem no local por causa do risco de desabamento.
Mesmo assim, o prédio não foi interditado e continuou sendo ocupado.
A Prefeitura do Paulista ainda não se pronunciou oficialmente sobre a tragédia.
PRÉDIO DESABOU EM OLINDA NO MÊS DE ABRIL
O prédio do Conjunto Beira-Mar, no Janga, é o segundo que desabou na Região Metropolitana do Recife em 2023. O primeiro, em 27 de abril, foi o Edifício Leme, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda.
O desabamento parcial do prédio, que estava condenado havia mais de 22 anos, deixou 11 vítimas - das quais seis morreram.
Após a tragédia, uma operação foi realizada para demolir o que sobrou do prédio.