Desabamento no Janga

Déficit habitacional de Pernambuco é de 326 mil moradias e pode chegar a 597 mil até 2030

Levantamento da Abrainc aponta que o Estado terá o segundo maior crescimento do déficit do Nordeste até 2030, atrás apenas da Bahia. Previsão de aumento no Estado é de 5,2%

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 08/07/2023 às 19:37 | Atualizado em 08/07/2023 às 19:54
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Pernambuco tem cerca de 5 mil prédios caixão, a maior parte com perigo de desabamento - FOTO: Guga Matos/JC Imagem

O desabamento de parte do Conjunto Beira-Mar, em Paulista, na sexta-feira (7), que deixou 14 mortos e três feridos, expõe a crise na habitação em Pernambuco. O Estado tem um dos maiores déficits habitacionais do Brasil e do Nordeste, com a necessidade de construção de 326 mil novas moradias para atender a demanda imediata e uma projeção de 597 mil habitações até 2030. Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), junto à Ecconit Consultoria Econômica. 

A construção inadequada dos prédios caixão, sua interdição e a ocupação por moradores sem-teto é um problema que virou prioridade na discussão da habitação social no Estado. Em um intervalo de dois meses e meio, dois prédios com esse perfil desabaram, deixando 20 mortos. O Edifício Leme, em Jardim Atlântico, em Olinda, ruiu no dia 27 de abril, deixando seis mortos. No bloco D-7 do conjunto Beira-Mar, a tragédia foi ainda maior. A estimativa é que existam 5 mil prédios caixão no Grande Recife e que boa parte esteja em situação de risco.

Nos seus 100 primeiros dias de gestão, a governadora Raquel Lyra apresentou um Diagnóstico da Situação do Governo do Estado de Pernambuco. No documento, ela aponta que existem 128 unidades habitacionais a serem cloncluídas, muitas delas na mesma condição dos edifícios Leme e Beira-Mar. No seu plano de governo, a chefe do Executivo Estadual promete construir 40 mil habitações. 

Erguidos principalmente entre os anos 1980 e 1990, os prédios tipo caixão se transformaram em um problema construtivo. Em função das falhas e do risco de desabamento, as pessoas precisavam deixar suas casas e aguardar auxílio-moradia e indenização das seguradoras.

Sem ter onde morar, famílias em condição de vulnerabilidade reocupavam os edifícios, mesmo sabendo dos riscos. Durante a pandemia da covid-19 a situação se agravou. As pessoas destinaram os recursos do auxílio emergencial para alimentação, porque estavam sem trabalhar, mas ficaram sem dinheiro para moradia.  

NOVA DEMANDA 

Se a situação do déficit habitacional imediato em Pernambuco é preocupante, as projeções também não são animadoras. O levantamento da Abrainc aponta que o Estado terá o segundo maior crescimento do déficit do Nordeste até 2030, atrás apenas da Bahia. O crescimento da necessidade de moradias em Pernambuco está estimado em 5,2% e o da Bahia em 7,6%. 

 

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