Mãe e companheira são suspeitas de causar politraumatismo em bebê de 10 meses no Grande Recife
Criança foi socorrida até o hospital por um vizinho com vários hematomas
Em colaboração com Cinthia Ferreira, da TV Jornal
Mãe e madrasta foram presas em flagrante na tarde dessa terça-feira (12) por suspeita de espancar um bebê de 10 meses em Olinda, no Grande Recife. Ele foi diagnosticado com politraumatismo.
Tudo começou quando ambas começaram a pedir socorro pela vizinhança, porque a criança estava desacordada.
"Eu perguntei o que tinha acontecido, aí ela (a mãe) disse que o bebê estava dormindo e quando foi ver ele estava desacordado. [Ele] estava botando sangue pela boca e pelo nariz. Estava geladinho e bem molinho. Achei que ele ia morrer", contou uma vizinha que não quis se identificar.
O ajudante de pedreiro Diego Paraíso foi até o apartamento do casal e, ao chegar, viu a madrasta tentando reanimar a criança. "Eu disse, me dá ele. Quando ela me deu, comecei a dar batidinhas e ele acordou", disse.
Então, Diego levou o bebê até o Serviço de Pronto Atendimento de Peixinhos (SPA) de moto junto a um amigo. Depois, as duas mulheres chegaram na unidade médica. Ele relatou que a mãe começou a acusar a própria companheira de ter agredido a criança.
Ao ver os ferimentos, os médicos acionaram a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e o Conselho Tutelar e viram a necessidade de transferir a criança para o Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, por se tratar de lesões graves.
Segundo vizinhos, a companheira da mãe ainda chegou a ir com a criança pro HR, mas logo depois foi detida e levada até a Delegacia Seccional de Olinda.
"A gente a via todos os dias. Faz cinco meses que moro aqui e eu não sabia que ela fazia isso. Eu escutava a criança chorando muito de um tempo para cá, mas não imaginava que era isso", disse outra vizinha, também sob anonimato.
O HR informou que não dará atualizações sobre o estado de saúde da criança, "por se tratar de um caso delicado".
VIOLÊNCIA FAMILIAR
Durante o depoimento, a mãe e a companheira, ambas com 36 anos, apresentaram várias versões. Uma hora disseram que a criança tinha sofrido uma queda. Outra hora, que ela tinha levado tapas leves.
Contudo, assim que os policiais viram a foto da criança, não tiveram dúvidas de que o bebê foi brutalmente espancado.
Ambas foram autuadas por maus tratos por violência doméstica/familiar, lesão corporal por violência doméstica/familiar e tortura e estão à disposição da Justiça. Ainda, cinco irmãos do bebê foram acolhidos pelo Conselho Tutelar.