Engenheiro do Mirabilandia presta depoimento e aponta hipótese para o acidente em brinquedo

Responsável por gerenciar a operação técnica e manutenção dos brinquedos do Parque Mirabilandia, o engenheiro de operação eletrotécnica Ely Gomes dos Santos esteve, na tarde desta terça-feira (26), na delegacia do Varadouro, em Olinda, para prestar esclarecimentos sobre o acidente ocorrido na última sexta-feira e que acabou vitimando gravemente uma mulher de 34 anos.

Após a oitiva, o engenheiro, que exerce a função no parque há 10 anos, garantiu que o brinquedo, assim como todos os outros do estabelecimento, cumprem as normas necessárias para garantir a segurança dos visitantes. "A manutenção está rigorosamente em dia, com pessoas habilitadas para manutenção e vistoria. Todos os dias, antes de os brinquedos entrarem em funcionamento para público, eles funcionam sem ninguém, por pelo menos três ciclos", garantiu Ely Gomes, em entrevista a reportagem da TV Jornal.

Sobre as possibilidades que provocaram o acidente no brinquedo "Wave Swinger", o profissional apontou uma hipótese inicial. "Tenho, num primeiro momento, e isso não é algo conclusivo, apenas uma primeira impressão, é que tenha sido um defeito de fabricação das correntes, que arrebentaram as 4 ao mesmo tempo. Mas é claro que estamos abertos a outras linhas de investigação", disse o engenheiro.

"Essas correntes que partiram foram adquiridas um tempo atrás e substituídas, pois elas não são as correntes que vieram com o brinquedo. Foram substituídas porque esse brinquedo tinha algumas correntes em aço inox e outras em aço carbono. Como nós estamos numa região que a salinidade ataca muito o aço carbono, colocamos todas as correntes em aço inox, que são mais seguras", explicou Ely Gomes dos Santos.

Quem acompanhou o depoimento do engenheiro de operação eletrotécnica foi o advogado do Mirabilandia, Ernesto Cavalcanti. De acordo com o representante jurídico, a administração do parque vem acompanhando o caso de perto e se colocou à disposição para que a vítima, Dávine Leandro Muniz Cordeiro, fosse transferida para uma unidade hospitalar particular.

"Desde começo o parque se colocou a inteira disposição da família para transferi-la (a vítima) para um hospital particular. Colocamos alguns hospitais à disposição, mas no curso das negociações, que não é uma coisa fácil, ela teve uma piora clínica e o próprio setor de neurologia do Hospital da Restauração recomendou que não a transferissem. Então, estamos esperando que ela estabilize para que a transferência possa ser feita", contou o advogado  Ernesto Cavalcanti.

DOAÇÃO DE SANGUE

Diante da gravidade do acidente e do estado de saúde que se encontra Dávine Leandro Muniz Cordeiro, a sua família está fazendo uma campanha para que as pessoas possam doar sangue no Hemope. Quem puder, basta informar no ato da doação o nome da pessoa necessitada.

"O estado dela ainda é muito grave, mas vem apresentando melhoras. Ela apresentou um pouco de febre, mas foi medicada para isso e agora está estabilizada. O uso da noradrenalina está sendo reduzido sensivelmente, mas ela está entubada e segue recebendo sangue, por isso a importância das doações, pois precisa repor", informou a advogada Sandra Filizola, que tem falado em nome da família de Dávine Leandro Muniz.