Projeto Orla Parque vai integrar os 11 km das praias de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa; veja como vai ficar
Reforma deve custar R$ 112 milhões com previsão de ser concluída até 2025. Projeto prevê mudanças no trânsito e na ciclovia, construção de novos banheiros, melhorias da segurança e iluminação e aumento da área verde
A orla do Recife vai se transformar em um grande parque contínuo até 2025. Nesta quinta-feira (28), o prefeito João Campos detalhou o projeto intitulado Orla Parque, que vai investir R$ 112 milhões com recursos próprios para requalificar todos os 11 quilômetros de extensão da orla, que considerada um dos principais cartões-postais da cidade.
O projeto começou com a requalificação dos quiosques da praia, com entrega dos últimos 60 em março. Agora vão começar as reformas da estrutura física do calçadão e aumento da área verde; construção de novos banheiros; melhorias na segurança e iluminação.
A proposta do Orla Parque é requalificar toda a orla da capital pernambucana, integrando Boa Viagem e Pina à Brasília Teimosa, totalizando 11 quilômetros, transformando toda a extensão em um novo espaço de convivência da população na cidade. A entrega das obras será feita por etapas, até 2025.
APOSTA NO TURISMO
“Nossa orla sempre foi muito conhecida como Orla de Boa Viagem e sempre foi colocada como um ativo do turismo, do esporte, da convivência. E enxergamos como isso é importante, sobretudo na cadeia produtiva do turismo. Nossa tarefa é fazer com que cada vez mais pessoas venham para o Recife, investir na nossa cidade e impactar em nossa economia", afirma o prefeito.
João Campos também destaca a importância de construir espaços democráticos e de qualidade para a população. Precisamos construir uma cidade que faça grandes entregas e que se consolide em áreas estratégicas. Quase 70% dos recifenses afirmam que a orla do Recife é a principal área de lazer da cidade. Isso significa que, se fizermos uma requalificação, estamos contemplando quase toda a população. Estudamos muito, priorizamos esse projeto e vamos construir um espaço democrático, conectando Pina, Brasília Teimosa e Boa Viagem com um novo padrão de qualidade construtiva e muita qualidade para os nossos recifenses”, afirma.
A Secretária do Gabinete de Projetos Especiais, Cinthia Mello, comenta a subutilização dos espaços da orla e como a reforma vai contribuir para mudar esse cenário. “Hoje só temos 49% da orla sendo utilizada, nosso objetivo é mudar isso para que os recifenses realmente aproveitem todos os 11 km. Então, a obra tem um conceito de um parque linear para que seja democrático e utilizado por todos. Não estamos reinventando nada, mas sim centralizando todos os locais que serão requalificados”, ressalta.
Entenda como vai ficar o Projeto Orla Parque:
CENTRALIDADES - As centralidades serão espaços multifuncionais que estão localizados em diferentes pontos da orla, com o objetivo de equilibrar a distribuição desses novos equipamentos. O Projeto Orla Parque prevê a criação de centralidades temáticas distribuídas de forma linear e voltadas para gastronomia, esportes, contemplação do mar, entre outras. Elas estarão distribuídas ao longo dos 11 quilômetros de orla da cidade - desde Brasília Teimosa, passando pelo Pina, Boa Viagem e Setúbal. Confira:
1- Estação Porto Terra Nova: Localizada em Brasília Teimosa, nas imediações do Buraco da Véia, esta será a primeira centralidade. Será um local voltado para a contemplação do pôr-do-sol, com um centro de artesanato voltado para comercialização de obras de artistas da região.
2- Estação Mercado do Peixe (Estação Alvorada) será a segunda centralidade e vai funcionar como um polo gastronômico. Marca a interligação entre as orlas de Brasília Teimosa e Pina, e para isso, o Mercado já existente vai passar por requalificação.
3- Estação Esportes: Voltada especialmente para a prática de exercícios físicos, essa centralidade será instalada no início da orla do Pina, no local das atuais quadras de tênis. O espaço terá quadras de tênis e poliesportivas, além de espaço para jogos de tabuleiro.
4 - Praia Sem Barreiras: O objetivo desta centralidade é oferecer um local seguro e acessível para que as pessoas com deficiência possam tomar banho de mar, contemplar a orla e fazer outras atividades. Para isso, será criado um espaço sanitário totalmente adaptado, além de quadra esportiva inclusiva. O local ficará próximo ao Posto 7, em Boa Viagem.
5- Estação Pracinha: Esta centralidade vai funcionar na Pracinha de Boa Viagem, um local de grande interesse histórico. O objetivo é aumentar a ocupação cultural e social do local, promovendo a continuidade e ampliação das atividades já existentes. Além disso, haverá um espaço para contemplação do mar.
6- Estação Lindu: Esta centralidade vai funcionar em frente ao Parque Dona Lindu. Será um espaço para contemplar a natureza e aproveitar o sol. Além disso, haverá fontes de água para que a população possa se refrescar. Também terá dois pontos de platores elevados, priorizando os pedestres e oferecendo mais segurança.
7- Estação Clube da Vara: Localizada em frente ao antigo Clube da Vara, na divisa entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, no local será implantado um polo gastronômico com vista para o mar, parque infantil e um polo esportivo.
CALÇADÃO - O Projeto Orla Parque também prevê a requalificação do calçadão, com a substituição do pavimento atual, melhoria da acessibilidade e aumento na largura do passeio, passando de 2,75 m para 4,80 m. Com isso, haverá maior permanência na utilização da ciclovia, pista de cooper e de caminhada.
ILUMINAÇÃO - Serão feitas melhorias na iluminação pública, tanto na parte da pista dos carros quanto no calçadão e embaixo de todas as árvores, transformando a orla em um local agradável também à noite. Para isso, serão implantados 510 postes - um incremento de 400% nos atuais 130 equipamentos existentes. Isso significa que a cada 14 metros haverá um aparelho de iluminação.
CICLOVIA - Toda a ciclovia da orla vai passar por uma remodelagem. Com isso, os pontos cegos serão suavizados, evitando acidentes; a segurança será reforçada, com a criação de pavimentos elevados; a drenagem redirecionada, evitando que tenha pontos de alagamento; e a ciclovia mais inclusiva, com espaço para bicicletas adaptadas para cadeirantes, por exemplo.
ÁREA VERDE - Em até seis anos, a Prefeitura do Recife pretende plantar mais 730 árvores ao longo de toda extensão da orla. Somando com as 582 já existentes, serão 1.320 árvores no total - um incremento de 126% de área verde.
SEGURANÇA - Será feito um reforço no videomonitoramento com 20 câmeras 360 graus e outras 120 fixas. Ou seja: serão 140 equipamentos a mais para monitorar todos os 11 quilômetros de extensão da orla. Serão implantados, também, cinco pontos fixos para policiamento: em Setúbal, na Pracinha de Boa Viagem, no Segundo Jardim, no Pina e no Buraco da Véia.
BANHEIROS - Neste momento, a Prefeitura do Recife está realizando a segunda fase das obras, reformando os dez sanitários já existentes e construindo outros 11, duplicando, assim, a quantidade de equipamentos disponíveis para uso da população ao longo de toda a extensão da orla. A área interna dos banheiros será composta por duas bancadas com lavatórios, quatro vasos sanitários e duas cabines, sendo uma delas com dimensões acessíveis a cadeirantes. Já na parte externa, a população vai contar um chuveiro e um assento de apoio para pessoas com necessidades especiais.
Outra mudança se dará no acesso aos banheiros, que vai passar a acontecer na parte frontal, tornando a entrada dos usuários mais visível e proporcionando maior segurança. O Gabinete de Projetos Especiais, responsável pelas obras da Orla Parque, também optou por utilizar paredes de concreto de alto desempenho, o que vai garantir durabilidade aos equipamentos e facilitar a manutenção, além de pias e vasos de metal para evitar ações de furto ou depredação.
QUIOSQUES - A primeira etapa de requalificação da orla do Recife se deu com a requalificação dos 60 quiosques, cujos últimos foram entregues em março deste ano. Os novos equipamentos foram entregues este ano e têm tamanho padrão de 39,8m² de área coberta, sendo 16m² de área interna – maiores que as estruturas anteriores. A ideia do projeto foi realizar a transição entre o ambiente natural da praia e o construído – calçadão e avenida – mantendo aspectos de segurança, durabilidade, funcionalidade e acessibilidade.