MIRABILANDIA: Família denuncia que parque voltou atrás sobre custear hospital privado à vítima de acidente
Parentes aguardaram autorização do Hospital da Restauração (HR) para transferir Dávine Muniz. Ao recebé-la, teve a negativa do parque
A família de Dávine Muniz, de 34 anos, denuncia negligência do Mirabilandia diante do tratamento da coordenadora pedagógica, que sofreu um grave acidente em um dos brinquedos do parque há 2 semanas. Segundo ela, o estabelecimento voltou atrás e não vai mais custear o tratamento em um hospital privado, como prometido inicialmente.
Segundo o primo da vítima, Ricardo Lima, os parentes estavam aguardando a autorização do Hospital da Restauração (HR), onde ela está internada hoje, para fazer a transferência. Dávine ainda está em estado grave, mas teve uma pequena melhora, o que permitiria transferi-la. Contudo, ao entrar em contato com o Mirabilandia, o primo recebeu a negativa.
"Entrei em contato com os representantes do parque perguntando se poderiam autorizar a transferência, e eles sinalizaram que sim", relatou Ricardo.
"Automaticamente, me dirigi ao Hospital São Marcos, que eles disseram que fariam a transferência. Conversamos com a diretora, prosseguimos com toda essa transferência, ela entrou em contato com o grupo e para a nossa surpresa, informou que não estava mais autorizado", explicou.
O parque disse que fará a transferência para um hospital coberto pelo plano de saúde de Dávine, e nega a falta de suporte. "O Mirabilandia afirmou que está negociado a transferência para um hospital particular, mas coberto pelo plano de Dávine, e mantendo outros suportes, como vem fazendo, financeiro, logístico, médico, psicológico", afirmou, por nota.
A família critica, já que o plano de saúde de Dávine é empresarial e no modelo de coparticipação, onde o paciente arca com parque das despesas, além da taxa mensal de contribuição. "Ela saindo, o plano vai ser cancelado, e sabemos que o tratamento será a longo prazo", disse o primo.
O parque também alegou que "tem adotado a máxima seriedade nos cuidados com Dávine Muniz Cordeiro, dando a máxima atenção à sua família" e agradeceu "a toda equipe médica e de auxiliares que se dedica ao caso no Hospital Restauração."
PARQUE SEGUE INTERDITADO
Dávine foi arremessada da atração "Wave Swinger" quando a corrente que segurava a cadeira onde estava se partiu no dia 22 de setembro.
Após o incidente, o espaço continuou em funcionamento até o horário comum, sendo interditado pela Prefeitura de Olinda e pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Pernambuco (Procon-PE) só depois dele ter fechado.
A documentação exigida pelos órgãos, como a vistoria do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) e as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), foram entregues na semana passada, mas ainda será analisada pelo Procon-PE a partir desta segunda-feira (2).
"Procon vai analisar a segurança, mas a questão específica do brinquedo está sendo apurada pela Delegacia do Varadouro, foge da nossa competência. Caso seja verificado que o parque não oferecia segurança aos usuários, pode se sujeitar a multa", explicou o secretário executivo de Direito do Consumidor, Anselmo Araújo.
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) também investiga o caso.