CHACINA EM CAMRAGIBE

Morre grávida baleada na cabeça durante chacina em Camaragibe

A jovem, de 19 anos, estava internada no Imip e chegou a ficar em coma durante o período em que esteve no hospital. Duas semanas após ser internada, ela deu à luz a filha, Ana Vitória, que passa bem

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JC

Publicado em 21/10/2023 às 11:24 | Atualizado em 21/10/2023 às 12:32
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Matéria em atualização

Morreu, por volta das 8h30 deste sábado (21), Ana Letícia Carias da Silva, de 19 anos. Ela estava grávida de 7 meses quando foi baleada na cabeça durante um tiroteio em Tabatinga, em Camaragibe, no Grande Recife. Internada no Hospital da Restauração e depois transferida para o Imip, a pedido da família, ela deu à luz à sua filha Ana Vitória, no dia 2 de outubro.

Na manhã deste sábado, os parentes estavam indo visitar a jovem, quando a advogada da família ficou sabendo, por meio da imprensa, que ela não resistiu. 

Segundo a advogada, Aline Maciel, até agora não obteve informações sobre a causa da morte. Procurado pelo JC, o Imip confirmou a morte por volta das 11h20, mas não explicou a causa. Os familiares estão no local, aguardando pronunciamento da diretoria do hospital.  

ENTENDA O CASO

Na noite da quinta-feira, 14 de setembro, os PMs Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e o cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, foram até uma casa no Córrego do Jacaré, no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, para averiguar a denúncia de que um homem estava atirando para cima do alto de uma laje. 

O homem era Alex da Silva Barbosa que, segundo a polícia, não tinha antecedentes criminais e tinha uma arma de mira a laser registrada. De acordo com o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, ele era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC);

Segundo relatos, ao ver os policiais se aproximando, Alex teria atirado na cabeça dos dois PMs. No tiroteio, Ana Letícia e o primo dela, um adolescente de 14 anos, ficaram feridos. Grávida de 7 meses naquela data, a jovem foi atingida na cabeça, perdeu parte da visão do olho esquerdo e massa encefálica. Ela foi usada como escudo humano pelo atirador, que matou os PMs.

Na época, o irmão de Ana Letícia, Carlos Augusto, denunciou que foi torturado por policiais depois que a irmã foi baleada. A família também relatou que o carro em que a jovem era levada a uma unidade de saúde foi alvo de tiros disparados pela polícia. O primo de Ana Letícia sobreviveu e recebeu alta do Hospital da Restauração. 

Além das duas vítimas feridas no tiroteio e dos dois PMs mortos na quinta-feira, no dia seguinte, cinco pessos da família de Alex (a mãe, a esposa e três irmãos) foram assassinados. Os corpos da mãe e da esposa dele foram encontrados em um canavial em Paudalho, na Zona da Mata Norte. Na mesma sexta-feira, Alex foi localizado pela PM em Tabatinga, trocou tiros com os policiais e foi morto.  


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