MEIO AMBIENTE

Construtora que provocou mancha na Praia de Boa Viagem é autuada por crime ambiental

Empresa que realiza obras em edifício na beira-mar do Recife

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Katarina Moraes

Publicado em 21/12/2023 às 13:27 | Atualizado em 21/12/2023 às 18:07
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A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife (SMAS) autuou por crime ambiental uma construtora com obras em um edifício na beira-mar pelo despejo irregular na Praia de Boa Viagem. Segundo a Prefeitura, a empresa lançava restos de concreto em bueiros e galerias de águas pluviais - o que provocou uma extensa mancha na areia da praia na última terça-feira (19).

"A empresa foi autuada com base no Decreto 30.324/2017, artigo 6, inciso I, que trata das infrações ambientais relativas ao uso inadequado ou poluição do solo urbano: 'I- utilização do solo como destino final de resíduos domésticos, industriais ou da construção civil, efluentes sanitários ou águas servidas sem a devida autorização'", afirmou a gestão municipal.

A empresa, que não teve o nome divulgado pela Prefeitura, ainda tem 30 dias, a partir da notificação, para apresentar a defesa e pode ser obrigada a pagar uma multa que varia entre R$ 200 e R$ 500 mil. A Prefeitura do Recife acrescentou que a população pode realizar esse tipo de denúncia por meio do telefone 0800.720.4444.

O problema foi constatado durante as fortes chuvas da terça e denunciado ao SJCC, que buscou uma explicação do município. A água estava na altura do posto salva-vidas de número 7, na altura da Rua Bruno Veloso.

Poucas horas depois, durante a tarde, a reportagem encontrou uma retroescavadeira cobrindo a água com areia da praia. Segundo a Prefeitura, foi um serviço da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), feito para fechar o fluxo indevido eaterrar a área atingida pelo despejo irregular.

RENATO RAMOS/JC IMAGEM
Água despejada na praia foi coberta por serviço da Emlurb durante a tarde - RENATO RAMOS/JC IMAGEM
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Água despejada na praia causou estranheza e receio a banhistas - RENATO RAMOS/JC IMAGEM
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Água despejada na praia foi coberta por serviço da Emlurb durante a tarde - RENATO RAMOS/JC IMAGEM

COMERCIANTES FORAM PREJUDICADOS

Os comerciantes da região relataram ter perdido clientes devido ao odor da água. “Fede, prejudica a mim, quem trabalha do lado e quem está caminhando em cima no calçadão. Quem tem barraca próxima àquela área perde cliente”, comentou Rodrigo Roberto da Silva, de 42 anos, que trabalha no ponto há 25 anos.

Segundo ele, o problema não é recente. “Hoje piorou a situação. Só que em outros dias, quando não estava chovendo, a água estava descendo muito. Deveriam descobrir o que está acontecendo”, afirmou.

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