Caminhada Pernambucana de Apoio à adoção chega a sua 12ª edição e reúne diversas famílias em Boa Viagem
Segundo os organizadores, estes eventos representam um clamor coletivo pela efetivação dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes de terem a convivência familiar e comunitária
A 12ª Caminhada Pernambucana de Apoio à Adoção reuniu, na manhã deste domingo (26) mais de 150 famílias, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A iniciativa é promovida pela Associação Pernambucana dos Grupos de Adoção (Apega) em comemoração ao Dia Nacional de Adoção, celebrado no dia 25 de maio.
Através das caminhadas de apoio à adoção, que ocorrem em diversas cidades do Brasil, e unem mais de 200 grupos institucionais, é apontado não só a relevância do tema, mas a urgência premente de proporcionar um lar amoroso e estável para cada criança e adolescente que estão em busca de um lar.
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Segundo os organizadores, estes eventos representam um clamor coletivo pela efetivação dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes de terem a convivência familiar e comunitária, conforme garante a Lei pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Constituição Federal.
"O Dia Nacional da Adoção nos abre espaço para refletirmos, para que a sociedade possa compreender melhor esse contexto. Quando nós vamos para a rua, quandos os pais adotivos, os avós e tios participam junto com as crianças, que ostentam no rosto aquela alegria de agora terem uma família, isso torna essa filiação visivel e as pessoas começam a compreender melhor. Infelizmente, ainda existe muito preconceito social com relação a adoção", explica a vice-presidente do Gead Recife e diretora técnica da Apega, Suzana Schettini.
É PRECISO APOIO
Para o presidente do Gead Recife, Valdemir Rodrigues, a cada edição da Caminhada Pernambucana de Apoio à Adoção, a sensação dos integrantes é de dever cumprido e muita alegria. No entanto, é necessário que a cada ano, o evento possa contar com mais apoio e visibilidade.
"Nós sabemos que ainda há dificuldades em falar e desmestificar o processo de adoção no Brasil. Quando vamos para as ruas, estamos mostrando que esse é um amor possível, que essa é uma família legítima. A maioria das crianças vem com histórias que não são felizes, por isso que nosso foco é disseminar infomações corretas e claras sobre a importância da adoção.
Além dos grupos de apoio à adoção, a Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) também participa do evento. Todos os anos, a Comissão Estadual Judiciária de Adoção apoia a iniciativa no intuito de promover a conscientização da sociedade sobre a causa.
FILA DE ESPERA
Em Pernambuco, existem quase mil candidatos a adoção e cerca de 170 crianças disponíveis para serem acolhidas em um novo lar. Para Suzana Schettini é preciso entender que o porcesso em que muitos afirmam ser "muito burocrático no Brasil", ele é necessário porque os candidatos precisam se habilitar para a adoção, ou seja, comprovar que estão aptos para receberem estas crianças e estes adolescentes.
"Você precisa estar pronto para adotar. Uma filiação adotiva é tão boa quanto a natural, mas ela é diferente, pois adotamos crianças que já vem com uma história de vida e a maior parte delas não são boas. Se fossem boas histórias elas não estariam para a adoção. São crianças e adolescentes que já sofreram muito, que foram negligenciadas, maltradas", afirmou a vice-presidente do Gead Recife.
O grupo de apoio é um dos 11 que atuam no Estado, formado por voluntários. Eles preparam os pretendentes para que possam receber as crianças que precisam de família. Suzane explica que ao manifestar o desejo de realizar uma adoção, é importante que os candidatos se encaminhem para a Vara da Infância, e busquem pelo Núcleo de Adoção da 2º Vara, para obter todas as informações do processo.
"A primeira coisa é frequentar quatro reuniões de grupos de adoção para aprender e entender o caminho que será percorrido. Lá, os candidatos vão se fortalecer e se instrumentalizarem para quando chegar o momento definirem melhoro perfil e entender o que é a adoção", disse Suzane Schettini.
Um diferencial em Pernambuco, é que existe também o GAA Sem Fronteiras, que funciona de forma virtual. Ele é uma iniciativa inédita no país, pois abrange e cobre toda as comarcas do Estado onde não há grupos instalados.