Mais de 44% das mortes de homens negros em Pernambuco poderiam ter sido evitadas, aponta relatório

Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade avaliam um conjunto de políticas públicas, desde a vacinação até o atendimento em unidades de saúde

Publicado em 28/08/2024 às 12:43

Um relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, divulgado na última terça-feira (27/8) pelo Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades aponta que 44,8% das mortes de homens negros em Pernambuco poderiam ter sido evitadas em 2021. Os números do estado superam os do Brasil, que tem a proporção de 41,6% de homens negros - equivalente a 23 vidas por hora.

De acordo com o levantamento, há influência de gênero e raça/cor nas taxas de mortes evitáveis. Em Pernambuco, o percentual para homens não-negros é de 31,5%; de mulheres negras, 30,8%; e de mulheres não-negras, 22%.

O indicador de óbitos por causa evitáveis avalia um conjunto de políticas públicas, desde a vacinação até o atendimento em unidades de saúde. Ele tem como variáveis ações de imunização, prevenção de doenças infecciosas e não transmissíveis, controle e atenção às causas de morte materna e intersetoriais adequadas de promoção à saúde, prevenção e atenção às causas externas. Os dados são oferecidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

Alguns exemplos de causas evitáveis são tétano obstétrico, coqueluche, sarampo, rubéola, doenças sexualmente transmissíveis, infecções respiratórias, como pneumonia e influenza, transtornos do álcool e agressões. Além de doenças, a classificação considera ações preveníveis pela atuação dos serviços de saúde e outras entidades da assistência social.

O relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades tem como objetivo combater as desigualdades a partir do monitoramento de indicadores relativos às áreas de educação, saúde, segurança alimentar, segurança pública e desigualdades urbanas no país.

Tags

Autor