Em Petrolina, sol reaparece neste sábado (19) após maior chuva dos últimos 30 anos, que assustou a população
Entre o final da noite da quinta (17) e às 7h da sexta-feira (18), Petrolina registrou até 120 milímetros de chuvas em alguns locais
A cidade de Petrolina vai voltando à normalidade, após o susto na madrugada da sexta-feira (18), quando enfrentou a maior chuva dos últimos 30 anos, em um só dia. O temporal impactou vários bairros e atingiu 200 famílias. As chuvas começaram por volta das 23h30 da quinta (17) e pararam às 7h da sexta-feira (18). Durante um intervalo de apenas sete horas, o volume chegou a 120 milímetros em alguns locais. Nesta sábado (19), embora a previsão ainda fosse de chuva para o município, o sol reapareceu.
O coordenador adjunto da Defesa Civil de Petrolina, Welton Aquino, conta que se inteirou da previsão do tempo naquele dia e a expectativa era de apenas chuvas moderadas. "Havia uma previsão, mas a intensidade foi muito maior do que o esperado. Era a primeira chuva após um longo período seco, e achávamos que não causaria muitos transtornos. No entanto, acabamos enfrentando uma das chuvas mais fortes do ano, embora os transtornos tenham sido menores do que em abril, recorda.
Em abril, Petrolina enfrentou outra chuva intensa, mas como o solo estava mais molhado, o prejuízo acabou sendo maior. "Historicamente, a média de chuva em outubro em Petrolina é de apenas 9 mm, e este mês choveu cerca de 120 mm, o que é um desvio significativo", compara Aquino.
TRANSTORNOS NA CIDADE
Cerca de 200 famílias foram atingidas de alguma forma, com casas alagadas, mas não houve necessidade de evacuação, já que a água não subiu tanto. Ninguém ficou desalojado nem desabrigado. O problema maior foi nas lagoas, que demoram mais para esvaziar.
As lagoas em locais como Jatobá e Dom Avelar enfrentaram transbordamento, e a maioria dos alagamentos foi pontual. Além disso, alguns desses alagamentos ocorreram devido ao transbordamento de rios e lagoas, que não conseguiram escoar a água rapidamente.
"Em Petrolina, temos uma vantagem em relação ao Recife: o relevo é mais plano, o que minimiza os riscos de deslizamentos. Embora os danos materiais possam ser grandes, o risco de vida é menor. O trabalho da Defesa Civil na cidade envolve bombeamento para reduzir o volume de água durante as chuvas e monitoramento das áreas afetadas. Também realizamos a limpeza de bueiros, já que muitas vezes a população não colabora e joga lixo, entupindo as saídas de água", alerta.
Mudanças climáticas
Aquino destaca que, historicamente, o período chuvoso em Petrolina vai de novembro a abril, mas que tem mudado nos últimos anos. "Entre 2021 e 2022, por exemplo, choveu de abril a maio", afirma. O ano de 2022 foi o da tragédias das chuvas no Estado, com mais de 130 pessoas mortas. "A média anual de chuvas em Petrolina é de 119 milímetros. Nesta chuva da sexta, a chuva chegou a ficar 25% acima da média", compara.
APAC faz alerta para Sertão
A Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC) emitiu um alerta para o Sertão de Pernambuco e Sertão do São Francisco, indicando a continuidade das chuvas de intensidade moderada com pancadas fortes. Por enquanto, pelo menos Petrolina não havia registrado chuva até a publicação desta matéria.
O aviso deve ser considerado para esta sexta-feira (18) e amanhã, sábado (19). A agência destaca que é importante acompanhar os avisos e seguir orientações da Defesa Civil de cada cidade.
"A Apac informa que uma convergência de umidade, proveniente da região central do Brasil, em associação com a confluência dos ventos em baixos níveis atmosféricos, estão favorecendo pancadas de chuva em todo o Sertão Pernambucano.
Por isso, a previsão se mantém: continuidade de chuvas de intensidade moderadas, com pancadas fortes em algumas localidades ao longo da sexta-feira e sábado", diz o alerta.