O que esperar de quatro grandes obras estruturadoras importantes para Pernambuco em 2025? Veja o que está previsto
Demandas antigas e perspectivas futuras devem marcar o ano, da Região Metropolitana do Recife ao Agreste e Sertão de Pernambuco
O ano de 2025 é de grande expectativa para obras de infraestrutura em Pernambuco, pois elas devem promover melhorias na mobilidade e no desenvolvimento no Estado.
Demandas antigas e perspectivas futuras devem marcar o ano, da Região Metropolitana do Recife (RMR) ao Agreste e Sertão.
Dois dos projetos envolvem discussões de proteção ambiental: a Escola de Sargentos e o Arco Metropolitano. As duas obras se integram à parte do Corredor Ecológico da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia Beberibe e tiveram decisão favorável em outubro deste ano.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) suspendeu liminarmente os efeitos de uma decisão liminar que impedia o Estado de Pernambuco e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) de autorizar a construção de qualquer empreendimento público ou privado na área.
A APA Aldeia Beberibe se estende por oito municípios do Grande Recife, em um território de 31.634 hectares onde se encontram 20% do que resta da Mata Atlântica no Estado de Pernambuco.
A reserva abrange parte dos municípios Abreu e Lima (69,02%), Araçoiaba (28,71%), Camaragibe (46,69%), Igarassu (22,78%), Paudalho (10,18%), Paulista (22,24%), Recife (23,31%) e São Lourenço da Mata (2,51%).
Escola de Sargentos
Ao longo de 2024, a Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco (ESE) foi tema de muitas discussões. O projeto de arquitetura já passou por mudanças para diminuir o impacto com o meio ambiente, já que a escola integra parte da região de proteção ambiental do Corredor Ecológico da APA Aldeia-Beberibe.
A previsão é que as obras comecem em 2025 e, de acordo com o Exército, após o início da construção, levem de 8 a 10 anos para finalizar. A implantação da escola está prevista para 2034.
Ao todo, o projeto para instalação da ESE demanda um aporte de R$ 1,8 bilhão. O investimento inclui a construção da escola, vila olímpica, vila militar e estande de tiro dentro da área de campo do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC), na localidade de Chã de Cruz, em Paudalho, Zona da Mata Norte.
A estimativa é que a instituição de ensino tenha um impacto no aumento populacional flutuante de 6 mil pessoas, além de um incremento de pelo menos R$ 200 milhões por ano na economia local.
Arco Metropolitano
Uma das obras de infraestrutura mais esperadas no estado, o Arco Metropolitano, terá novos encaminhamentos em 2025. A previsão é que o investimento no corredor rodoviário metropolitano discutido desde os anos 1990 tenha início.
O projeto foi anunciado pelo governo do estado no Programa PE na Estrada, no último mês de outubro.
Neste sábado (28/12), o governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), publicou, no Diário Oficial do Estado, o edital de licitação para o segmento dois do Arco Metropolitano, no trecho entre o município de Moreno e a BR-101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho, que tem extensão de 25,3 quilômetros.
Com recursos estaduais no valor de cerca de R$ 744 milhões para início, a obra é um investimento esperado em infraestrutura viária da Região Metropolitana do Recife. A expectativa é que a mobilidade da região seja melhorada.
As obras do trecho Sul do Arco Metropolitano estão previstas para começar em abril de 2025.
Já o trecho Norte ainda está sem previsão. É nesta região que há demandas e discussões polêmicas envolvendo a Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe. Para o Arco Norte, Raquel Lyra afirmou que a previsão é de que no primeiro semestre de 2025 o edital de licitação seja lançado.
O do Arco Metropolitano é uma alternativa à movimentação intensa da BR-101 na RMR, principalmente de veículos pesados. Ele é dividido em dois trechos: o Norte, que vai da BR-408, em Paudalho, até a BR-101 Norte, em Goiana, com cerca de 50 quilômetros de extensão; e o Sul, com 45,3 quilômetros de extensão, da na BR-408, em Paudalho, até a BR-101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho.
A execução será realizada numa parceria entre o governo de Pernambuco e o governo federal. Em julho de 2024, a governadora Raquel Lyra afirmou que o primeiro trecho do projeto será concluído até dezembro de 2026. A previsão é de que as obras durem dois anos.
Duplicação da BR-232 até Serra Talhada
O ano de 2025 deve começar com a escolha das empresas responsáveis por tirar o projeto de duplicação do principal corredor de desenvolvimento do estado, a BR-232, do papel. A seleção será realizada em sessão marcada para o dia 29 de janeiro.
Atualmente, a rodovia se encontra duplicada até o entroncamento com a BR-423, no município de São Caetano, mas o projeto prevê duplicação entre as cidades de São Caetano, no Agreste, e Serra Talhada, no Sertão.
De acordo com o governo do Estado, os projetos devem ser concluídos em dez meses, com obras previstas para começar no primeiro semestre de 2026.
As empresas vencedoras das licitações serão responsáveis por elaborar estudos e relatórios de impacto ambiental, além do projeto básico e executivo de engenharia para a duplicação, adequação e restauração da pista da rodovia.
São dois editais de licitação. Um é referente ao trecho que começa no fim da duplicação existente em São Caetano, no Km 149,1, seguindo até o final da travessia urbana de Arcoverde, no Km 258. O percurso tem 108,9 quilômetros de extensão.
O segundo compreende o trecho que vai do final da travessia urbana de Arcoverde, no Km 258, até o final da travessia urbana de Serra Talhada, no Km 414, e tem extensão de 156 quilômetros.
A obra tem o objetivo de facilitar a mobilidade na região e melhorar a eficiência logística das cadeias produtivas de Pernambuco.
Ferrovia Transnordestina
O projeto da ferrovia Transnordestina, demanda antiga em Pernambuco, também deve avançar em 2025. Até o momento, foram entregues 676 quilômetros de trilhos e 151 quilômetros estão em execução.
Segundo o cronograma da Transnordestina Logística (TLSA), concessionária responsável pelas obras, a ferrovia deve iniciar operações assistidas em 2025, com vagões transportando soja, milho, farelo de soja e calcário.
Em novembro deste ano, após assinatura de um termo aditivo, foram liberados R$ 3,6 bilhões em investimentos nas obras. O ramal pernambucano liga Salgueiro ao Porto de Suape e recebeu prioridade no Novo PAC, que garantiu recursos específicos para sua conclusão.
Mas as promessas de melhoria na infraestrutura dos Estados do Nordeste com a Transnordestina se arrastam há mais de uma década. A construção da ferrovia foi anunciada em 2006 e é marcada por atrasos e entraves administrativos e ambientais.
A construção do trecho Salgueiro-Suape está sendo retomado com recursos do governo federal só agora, porque em 2022, um aditivo de contrato pactuado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), concessionária da ferrovia, retirou a parte de Pernambuco do projeto.
O projeto é um dos maiores em execução no País e terá 1.757 quilômetros de extensão - 1.209 quilômetros na fase inicial. A expectativa é que a ferrovia atenda não apenas o transporte de cargas, mas também impulsione o desenvolvimento regional, integrando diversos modais logísticos.
Em abril deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que a Transnordestina será entregue até o fim de 2026 ou no início de 2027.