Novo superintendente da Sudene é genro de Cássio Cunha Lima (PSDB)

Cássio é ligado ao atual ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho

Publicado em 04/03/2020 às 23:02 | Atualizado em 05/03/2020 às 16:21
DIVULGAÇÃO/SUDENE
O novo superintendente da Sudene, Evaldo Cruz Neto - FOTO: DIVULGAÇÃO/SUDENE

O advogado Evaldo Cruz Neto deve assumir a superintendência da Sudene na próxima semana. A Sudene faz parte do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e o atual ministro dessa pasta é Rogério Marinho (PSDB-RN) ligado ao ex-senador Cássio Cunha Lima.  O advogado é genro do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e neto do ex-prefeito de Campina Grande, Evaldo Cavalcanti.  Na mesma publicação em que Cintra foi exonerado, Cruz Neto foi nomeado. Rogério Marinho assumiu o MDR no último dia 11.

O novo superintendente tem 34 anos, tem pós-graduação na área jurídica e cursa MBA em Liderança do Setor Público. Ele já foi assessor do Tribunal de Justiça da Paraíba e desempenha, há 10 anos, funções junto às administrações municipais no acompanhamento e gestão de recursos federais e estaduais, além da elaboração de prestação de contas e assessoramento na execução do orçamento da União, segundo o site da Sudene.

Na terça-feira (3), o empresário Douglas Cintra foi exonerado da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Ele atribuiu a sua saída do cargo à iniciativa do novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PSDB-RN). Douglas soube da exoneração através do Diário Oficial da União, que na edição desta terça-feira (3) trouxe publicada a exoneração do empresário e ex-senador pernambucano. “Entrou um novo ministro e [ELE]se comprometeu a ocupar os cargos com os que compartilham da mesma posição política. Quem ocupa cargo público sabe que isso pode acontecer”, resumiu Douglas, acrescentando que continua “torcendo para que o governo do presidente Bolsonaro dê certo”.

Ligado ao PTB, Douglas Cintra assumiu a Sudene indicado por um grupo de políticos como Coronel Meira (sem partido), o presidente da Empetur, Gilson Machado Neto (sem partido); e outros da base de apoio ao governo federal como o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB). Os dois primeiros eram do PSL e vão para o novo partido de Bolsonaro, o Aliança Pelo Brasil.

O empresário assumiu a Sudene no dia 12 de dezembro, quando ocupava o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional, o técnico Gustavo Canuto. Na época, políticos de diversos partidos e empresários elogiaram a indicação de Cintra como superintendente da Sudene por conhecer a região e também pelas suas características pessoais, como a moderação e conhecimento dos problemas da economia da região.

PERDA DE ESPAÇO

“Independentemente de nomes, a questão central é a necessidade de um projeto político para a região. Até agora , não tivemos um gesto objetivo de atenção especial com o Nordeste. A nossa expectativa é de que o Ministro Rogério Marinho, que conhece a dura realidade da região e é uma pessoa do diálogo , possa cumprir esse objetivo. Lamentamos a perda de espaço político de Pernambuco com a saída de Douglas Cintra”, afirmou o deputado federal Danilo Cabral. A reportagem do JC procurou o presidente do PSDB, Bruno Araújo, que não retornou a ligação. 

Novo superintendente da Sudene diz que vai se empenhar para que o PRDNE saia do papel

O PRDNE é um plano que lança diretrizes de desenvolvimento para a região

Novo superintendente da Sudene diz que vai se empenhar para que o PRDNE saia do papel
O novo superintendente da Sudene, Evaldo Cruz Neto FOTO: FOTO: DIVULGAÇÃO/SUDENE

O novo superintendente da Sudene, o advogado Evaldo Cruz Neto, disse, na tarde desta quarta-feira (04) a assessoria de imprensa da autarquia, que “vai empenhar-se no cumprimento das diretrizes do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), um projeto de lei que estabelece diretrizes que aumentem o ritmo de desenvolvimento do Nordeste, indo desde iniciativas na área de educação até parcerias público-privadas que melhorem a infraestrutura da região. Até agora, o projeto anda devagar. O PRDNE foi aprovado numa reunião do Conselho Deliberativo da Sudene no dia 24 de maio do ano passado num evento que contou com a participação do presidente da República Jair Bolsonaro. Num primeiro momento, o projeto detalha iniciativas que seriam implementadas entre 2020 e 2023.

O PRDNE só chegou à Câmara dos Deputados no dia 26 de novembro do ano passado. Lá, passou a ser o Projeto de Lei 6163/2019 e só teve mais duas movimentações. No dia 02 de dezembro, foi determinada a criação de uma Comissão Especial. E, no último dia 13 de fevereiro, foi realizado um despacho criando uma comissão especial para analisar o projeto. “Em princípio, a criação de uma comissão especial acelera o processo, porque o projeto não tem que passar por várias comissões”, explica o deputado federal Danilo Cabral (PSB).

TRAMITAÇÃO

No entanto, quase um mês depois, não foram indicados os 34 parlamentares que serão os titulares da comissão, que terá igual número de suplentes. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, atualmente estão sendo recebidas indicações dos membros da comissão e não há prazo (regulamentar) para a instalação da Comissão Especial.

“Depois da criação da Comissão Especial, o projeto vai levar um prazo de, no mínimo, 60 dias, para ser votado no plenário da comissão”, estima Danilo Cabral. Depois que for aprovado na comissão, o PL terá que ser aprovado no plenário, cuja pauta é definida pelo Colégio de Líderes e aí não há uma previsão de quando vai ocorrer a votação.

Ou seja, este ano, vamos ter eleição municipal e pode ser que a aprovação do PRDNE fique para 2021, o que seria muito ruim para a região.

O PRDNE começou a ser elaborado no governo do presidente Michel Temer (MDB) para cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União que entendeu que a região deveria planejar o seu desenvolvimento.

O projeto foi feito por funcionários da Sudene com a colaboração de economistas renomados. Para elaborar o projeto, foram escutados os governadores do Nordeste e o principal objetivo do documento é “promover o desenvolvimento includente e sustentável de sua área de atuação e a integração competitiva da base produtiva regional na economia nacional e internacional”. O plano é dividido em eixos estratégicos: inovação; desenvolvimento de capacidades humanas; dinamização e diversificação produtiva; segurança hídrica e conservação ambiental; desenvolvimento social; entre outros.

Novo superintendente da Sudene diz que vai se empenhar para que o PRDNE saia do papel

O novo superintendente da Sudene, o advogado Evaldo Cruz Neto, disse, na tarde desta quarta-feira (04) a assessoria de imprensa da autarquia, que “vai empenhar-se no cumprimento das diretrizes do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), um projeto de lei que estabelece diretrizes que aumentem o ritmo de desenvolvimento do Nordeste, indo desde iniciativas na área de educação até parcerias público-privadas que melhorem a infraestrutura da região. Até agora, o projeto anda devagar. O PRDNE foi aprovado numa reunião do Conselho Deliberativo da Sudene no dia 24 de maio do ano passado num evento que contou com a participação do presidente da República Jair Bolsonaro. Num primeiro momento, o projeto detalha iniciativas que seriam implementadas entre 2020 e 2023.

O PRDNE só chegou à Câmara dos Deputados no dia 26 de novembro do ano passado. Lá, passou a ser o Projeto de Lei 6163/2019 e só teve mais duas movimentações. No dia 02 de dezembro, foi determinada a criação de uma Comissão Especial. E, no último dia 13 de fevereiro, foi realizado um despacho criando uma comissão especial para analisar o projeto. “Em princípio, a criação de uma comissão especial acelera o processo, porque o projeto não tem que passar por várias comissões”, explica o deputado federal Danilo Cabral (PSB).

TRAMITAÇÃO

No entanto, quase um mês depois, não foram indicados os 34 parlamentares que serão os titulares da comissão, que terá igual número de suplentes. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, atualmente estão sendo recebidas indicações dos membros da comissão e não há prazo (regulamentar) para a instalação da Comissão Especial.

“Depois da criação da Comissão Especial, o projeto vai levar um prazo de, no mínimo, 60 dias, para ser votado no plenário da comissão”, estima Danilo Cabral. Depois que for aprovado na comissão, o PL terá que ser aprovado no plenário, cuja pauta é definida pelo Colégio de Líderes e aí não há uma previsão de quando vai ocorrer a votação.

Ou seja, este ano, vamos ter eleição municipal e pode ser que a aprovação do PRDNE fique para 2021, o que seria muito ruim para a região.

O PRDNE começou a ser elaborado no governo do presidente Michel Temer (MDB) para cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União que entendeu que a região deveria planejar o seu desenvolvimento.

O projeto foi feito por funcionários da Sudene com a colaboração de economistas renomados. Para elaborar o projeto, foram escutados os governadores do Nordeste e o principal objetivo do documento é “promover o desenvolvimento includente e sustentável de sua área de atuação e a integração competitiva da base produtiva regional na economia nacional e internacional”. O plano é dividido em eixos estratégicos: inovação; desenvolvimento de capacidades humanas; dinamização e diversificação produtiva; segurança hídrica e conservação ambiental; desenvolvimento social; entre outros.

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