O PT terá candidatura própria a prefeito em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, nas eleições municipais deste ano. O anúncio foi feito pelo partido no último sábado (7), após reunião com integrantes do Grupo de Tática Eleitoral (GTE) no município.
Mas ainda não está definido qual nome irá disputar o pleito no município, comandado pelo prefeito Miguel Coelho (MDB), que tentará a reeleição. Os dois pré-candidatos são a vereadora de Petrolina Cristina Costa (PT) e o ex-deputado estadual e ex-prefeito Odacy Amorim (PT), atual presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A previsão é que a escolha ocorra no final de março.
Cristina Costa está no seu terceiro mandato como vereadora. Ela foi candidata a vice-presidente do PT pela chapa Força Militante, encabeçada pelo ex-presidente Glaucus Lima, no Processo de Eleição Direta do PT, realizado em setembro do ano passado. Em Petrolina, ela é adversária do grupo de Odacy Amorim.
"Nós vamos discutir qual a tática que vamos usar dentro do regimento, as deliberações, se é como plenária, vamos fazer as plenárias para ouvir o sentimento nos bairros, para ouvirmos os delegados e a população e discutir a estratégia que a gente vai usar", afirmou Cristina ao JC.
Odacy, por sua vez, já foi prefeito do município entre os anos de 2006 e 2008. Ele foi eleito em 2004 para vice-prefeito na chapa de Fernando Bezerra Coelho (MDB; então no PSB), e assumiu o comando do município quando FBC deixou o cargo para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco no primeiro mandato de Eduardo Campos.
PSB
A decisão pode impactar na aliança entre PT e PSB no estado, pois o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) busca se consolidar como candidato no município e conta com o apoio do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB).
Lucas Ramos não se mostrou surpreso com o anúncio do PT. Segundo ele, já era vista como certo os projetos tanto do PT em lançar candidato como do MDB tentar a reeleição de Miguel Coelho. "A surpresa é quem vai ser o candidato. Cristina é uma vereadora que está no seu terceiro mandato, legítimo o pleito dela de disputar e o ex-prefeito que teve nas últimas eleições 30 mil votos, é uma discussão que eles fazem internamente e aos demais atores basta esperar a decisão", disse o deputado.
Ao Blog de Jamildo, em 27 de fevereiro, Lucas afirmou que o PSB cogita não lançar candidato em Petrolina em nome de uma aliança com o PT, e apoiar o candidato petista. Em troca, o PT abriria mão de uma candidatura própria no Recife e apoiaria João Campos (PSB) na disputa pela sucessão do prefeito Geraldo Julio (PSB).
"O PSB abrir mão do protagonismo e retirar a candidatura em Petrolina é absurda, uma ação que fere a história das lideranças da cidade do Sertão. Nunca deixamos de ter candidato em Petrolina, ainda mais agora seria inconcebível, depois que reelegemos Paulo Câmara como majoritário na cidade. Como a gente não vai ter candidato?", questionou Lucas, na época.
Em 2016, Lucas teve seu nome preterido na disputa em Petrolina por Miguel Coelho, então filiado ao PSB, Posteriormente, o grupo dos Coelho saiu do PSB e Miguel filiou-se para o MDB, seguindo o seu pai Fernando Bezerra Coelho.
Lucas Ramos disse ainda não ter tido oportunidade de conversar com o governador Paulo Câmara (PSB) após as suas declarações no final do mês passado, mas se colocou à disposição para o diálogo.
Na capital pernambucana, a deputada federal Marília Arraes (PT) também já se coloca como pré-candidata a prefeita. Nas eleições de 2018, a aliança PT-PSB resultou na retirada da sua candidatura ao Governo de Pernambuco e no apoio do PT à reeleição de Paulo Câmara.
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