O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, usou sua conta no Twitter para informar que o partido pretende protocolar, nesta quarta-feira (22), um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados. Segundo o pedetista, o pedido baseia-se na "irresponsabilidade do presidente em meio à pandemia, estimulando indiretamente a contaminação de milhares de pessoas, e dos seus ataques constantes ao Congresso, Judiciário e à imprensa livre".
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Lupi afirmou, ainda, que o pedido de afastamento do presidente expõe "as ameaças à democracia" que teriam sido feitas pelo militar da reserva em diversas ocasiões. "Caberá à Câmara dos Deputados analisar e votar ou não o nosso pedido. O papel do PDT é defender a democracia e a saúde do povo brasileiro", afirmou o pedetista.
Ex-governador do Ceará e candidato à presidência em 2018, Ciro Gomes também usou suas redes sociais para comentar a decisão do PDT de protocolar o pedido de impedimento de Bolsonaro. "Chega de notinha de repúdio! Temos que confrontar, qualquer que seja a dificuldade politica ou ameaças, a conduta criminosa de Bolsonaro", cravou o pedetista
Para seguir adiante, o processo de impeachment precisa ser acatado pelo presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM). De acordo com a Constituição, um presidente da República só pode ser afastado do cargo caso cometa crime de responsabilidade e seja julgado politicamente pelo Congresso Nacional. Desde a redemocratização, dois presidentes brasileiros passaram por processos de impeachment, Fernando Collor (PTC) e Dilma Rousseff (PT).
O presidente vem sendo acusado por seus opositores de tomar atitudes "irresponsáveis" desde que as ações de combate ao novo coronavírus começaram a ser implementadas no País. Favorável ao isolamento vertical, onde apenas integrantes de grupos de risco deveriam adotar medidas de distanciamento social, Bolsonaro tem defendido o retorno da população ao trabalho, realizado caminhadas, promovido aglomerações e até mesmo participado de protestos.
Na última semana, o presidente demitiu seu então ministro da Saúde, Henrique Mandetta, por não concordar com a condução que o auxiliar vinha dando à crise sanitária do País. Para ocupar o cargo antes ocupado por Mandetta, Bolsonaro convidou o oncologista Nelson Teich.