Debate

Deputados discutem conjuntura política do Brasil durante a pandemia do coronavírus

A atuação de Bolsonaro durante a pandemia e as denúncias feitas pelo ministro Sergio Moro deram o tom da conversa

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 01/05/2020 às 22:40 | Atualizado em 01/05/2020 às 22:40
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Deputados debatem conjuntura política - FOTO: REPRODUÇÂO

Os deputados pernambucanos Augusto Coutinho (Solidariedade), Daniel Coelho (Cidadania) e Felipe Carreras (PSB) participaram na tarde do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, de uma live, organizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) de Pernambuco. A transmissão ocorreu no YouTube e também contou com a presença da deputada federal, eleita pelo estado de São Paulo, Joice Hasselmann (PSL). 

No bate-papo foram debatidos temas ligados à conjuntura política nacional durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). O posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do parlamento estiveram na mesa de debate.

O deputado federal Augusto Coutinho destacou como um dos pontos que pesam contra o governo, a constante tentativa do presidente de tentar politizar e mudar o foco da pandemia. "Enquanto era para nós, em um momento de dificuldade como esse, estarmos discutindo a superação dessas dificuldades, lamentavelmente, o presidente a cada dia que sai de casa dá uma parada estratégica para passar o dia todo explicando o que ele falou e desvia a importância".

Já Felipe Carreras afirmou que Bolsonaro usa a tática de 'ficar apagando incêndio gerado por ele mesmo' para desviar o foco do tema que deveria ser o principal neste momento. O parlamentar ainda argumentou que falta liderança, experiencia e espirito público no chefe do Executivo, enquanto poderia estar trabalhando de forma integrada com os governadores e prefeitos. "O presidente tenta politizar um tema que deveria estar na 'quarentena da política', assim como o debate eleitoral."

O socialista lembrou que não assinou o pedido de impeachment de Bolsonaro por achar que ainda não é o momento para se debater esse tema. "Mais à frente, sim. Agora, não.", destacou.

Daniel Coelho foi taxativo ao dizer que, neste momento, não vê crimes cometidos pelo presidente que possam justificar a casação do mandato, mas "se tiver, tem que sair". O congressista disse não achar o governo Bolsonaro tão ruim, porém, lembrou que não se pode "ter esse fanatismo que as coisas estão o máximo".

Na opinião do deputado, o Sistema de Saúde brasileiro já está em colapso há mais de 20 anos e usou como exemplo as pessoas morrem no Hospital da Restauração, na maca, toda semana, mesmo antes da pandemia.

Críticas a Moro

O ministro Sergio Moro foi alvo de críticas de Daniel. O deputado apontou que o ex-juiz da Lava-Jato cometeu erros ao longo do processo de saída do governo. "Do ponto de vista ético e moral eu nunca iria vazar uma conversa de WhatsApp com um amigo", explicou.

"O isolamento social e as medidas sanitárias são importantes, mas a gente não pode fazer isso e desconsiderar o lado de quem está empreendendo e gerando emprego. Não pode dizer para o cara: 'tu vai fechar as portas, te vira para pagar o aluguel, os funcionário e fazer tua empresa ficar viva'. Faltam iniciativas para o empresário", disse Daniel.

Ex-líder do governo Bolsonaro no Congresso, a deputada Joice Hasselmann disse não acreditar mais que o governo vá dar certo. Joice complementou que o próprio presidente tem calçado o caminho da derrocada do Brasil e avaliou que "o governo já entrou em queda livre e esse pedido de demissão do Sergio Moro foi a pá de cal" que estava faltando.

Em tom enfático Joice lembrou de quando era da base de apoio ao governo e acreditava que o projeto de país do presidente Bolsonaro iria dar certo. "Hoje digo para vocês: errei. Eu não acredito mais que vai dar certo!", exclamou. Para ela, a única possibilidade de o governo melhorar é fazendo "uma lavagem cerebral na cabeça do presidente", que segundo a deputada, "tem mania de perseguição e pensa que todo mundo quer roubá-lo". 


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