No final de abril, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) iniciou uma aproximação com o Centrão, bloco de partidos composto por mais de 10 legendas e cerca de 230 representantes. O ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, defendeu, nesta segunda-feira (4), em entrevista à Rádio Jornal, que a coalizão dos políticos ao governo vigente deve funcionar com apoio e participação.
"Quem apoia o governo, participa do governo. Não faz sentido o presidente da república querer apoio dos partidos e dizer: ‘vocês apoiam mas não participam do governo. Quem participa são os meus filhos, os militares da reserva que eu escolher, os indicados de Olavo de Carvalho’", disse Rebelo.
O atual membro do Solidariedade afirma que, em sua opinião, este tipo de aliança não funciona. "Na minha ideia, isso não funciona, em qualquer país do mundo. Se o governo foi conquistado por republicanos, os republicanos vão governar".
Para ele, o que está acontecendo é a bajulação com oferecimento da direção em agências como a Anvisa, por exemplo. "Se você não assume que o partido que apoia o governo participe do governo, você vai tentar fazer isso debaixo dos panos? Nos bastidores? Chamar os deputados e ficar oferecendo, na surdina, a Anvisa, como está acontecendo?".
Rebelo cobra que haja transparência. Para ele, Bolsonaro precisa dizer que o partido irá apoiá-lo, vai votar de acordo com seu governo e vai participar de tal função. "Que faça isso de forma transparente. E vou exigir que a pessoa que ele indique para tal função, seja uma pessoa que tenha um currículo, uma biografia. Se não, vira isso que está acontecendo", e completa:"Bolsonaro diz que não vai se dobrar, mas os ministros chamam os deputados para oferecer cargos, todo mundo sabe disso porque os próprios deputados vazam isso, pelas suas mídias sociais".
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