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Moro pede que STF divulgue vídeo de reunião com Bolsonaro

A defesa de Moro aponta que a divulgação da gravação revelaria afirmações "de tom autoritário"

Alice Albuquerque
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Publicado em 13/05/2020 às 14:42 | Atualizado em 13/05/2020 às 14:59
EVARISTO SA/AFP
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o presidente Bolsonaro - FOTO: EVARISTO SA/AFP

A defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgue, na íntegra, o vídeo da reunião ministerial que, de acordo com ele, o presidente da República fala sobre a interferência na Polícia Federal.

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A reunião ministerial aconteceu no dia 22 de abril, dois dias antes do pedido de demissão de Moro e do, até então, diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

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A petição da defesa diz que não existe nenhum "segredo de Estado" na reunião, como o próprio governo também alegou, apesar de termos utilizados que podem gerar algum tipo de "constrangimento".

O advogado de defesa de Moro, Sánchez Rios reiterou que o conteúdo não coloca "em risco a segurança nacional". "Exsurge como premissa a clara ausência de qualquer assunto pertinente a segredo de Estado ou que porra gerar incidente diplomático", escreveu.

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A defesa coloca a divulgação do vídeo como uma "lição cívica". "Por se tratar de um ato oficial do governo, a divulgação integral do seu conteúdo caracterizará verdadeira lição cívica, permitindo o escrutínio de seu teor não somente neste inquérito policial, mas, igualmente, por toda a sociedade civil, em conformidade com as ponderações de Vossa Excelência na decisão inaugural desta investigação. A publicidade total da gravação tratá à luz inquietantes declarações de tom autoritário inviáveis de permanecerem nas sombras", revelou.

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Sánchez pontua quatro motivos pelos quais a gravação mostratá que as declarações do chefe de Estado foram dirigidas ao ex-ministro:

1. Não ter apoiado a ida do presidente a ato que pedia a volta da ditadura militar, em 19 de abril;

2. Não ter concordado com a possível interferência do presidente na PF do Rio de Janeiro e na direção geral da corporação, "pelos motivos declinados pelo próprio presidente";

3. Não ter apoiado as declarações de Bolsonaro que minimizavam "a gravidade da pandemia";

4. Não ter apoiado o presidente nas manifestações contrárias ao distanciamento social para o combate ao coronavírus.

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