Após várias trocas de farpas públicas e um longo período brigados, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o presidente da Câmara dos Deputados (DEM-RJ), Rodrigo Maia, se encontraram no Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira (14). Segundo Maia, os dois precisam "encontrar pontos que os unem".
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No entanto, apesar do clima de "paz e amor", antes do encontro dos dois, Bolsonaro ainda chegou a criticar Maia, mas depois o convidou para a reunião. "De acordo para quem o comando da Câmara dá a relatoria, ele já sinaliza que não quer resolver nada. Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo e talvez tirar um proveito político lá na frente", comentou o presidente, pela manhã, durante uma videoconferência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e empresários do setor industrial.
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O encontro da tarde entre Bolsonaro e Maia foi articulado pelos ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Braga Netto, da Casa Civil, com o intuito de reaproximar os poderes. Maia deixou a sessão da Câmara realizada nesta tarde, e seguiu para o segundo andar do Palácio do Planalto para visitar o Centro de Operações da Casa, comandado por Braga Netto. Na sequência, foi para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente da República.
"O Presidente da República desceu e me convidou para conversar e tomar um café. Aceitei, claro. Conversamos sobre o momento como cada um vem encarando essa crise. O que eu disse a ele é que deveríamos encontrar os pontos que nos unem. Claro que todos têm o mesmo objetivo que é que o Brasil consiga enfrentar a crise, mas também olhar o pós pandemia", afirmou Maia em coletiva de imprensa logo após o encontro que durou menos de uma hora.
"Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência", disse Maia sobre a conversa com Bolsonaro.
Maia afirmou ainda que demorou algumas semanas para responder o convite para o encontro com Bolsonaro, mas disse que sua obrigação, como presidente da Câmara, era manter o diálogo. "Foi esse o objetivo, mostrar que queremos soluções para os problemas dos brasileiros", disse. "Conflitos, brigas geram insegurança e perda da confiança da sociedade", afirmou.
Maia disse que falou para Bolsonaro sobre a pressão que há na Câmara para o adiamento do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e disse que o presidente se mostrou "sensível" ao tema. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é contra a mudança na data do exame.
Maia falou ainda sobre a reformas. "Reforma administrativa com relação dívida/PIB acima de 75% é outra reforma", disse. "Se o Brasil crescer 1% a 2% após crise, custo da dívida será muito ruim", afirmou.
Relação entre presidências
Maia respondeu não ter tratado com o presidente Jair Bolsonaro, no encontro desta quinta-feira, sobre a aproximação do governo com os partidos do Centrão. "Não tratei dos partidos. Tratei da relação da Presidência da Câmara com o presidente da República. Nós queremos gerar convergência", disse.
Maia não quis comentar sobre as críticas de Bolsonaro a ele. "Vamos construir caminhos para sair da crise. Não vou responder", disse.
Em vídeo divulgado pela comunicação da Secretaria de Governo, Bolsonaro, sem máscara, encontra Maia, que faz uso da máscara, no corredor do terceiro andar do Palácio do Planalto. O deputado tenta cumprimentar o chefe do Executivo com o cotovelo, mas é puxado para um abraço. Ramos e Braga Netto, ambos sem máscaras, aparecem na imagem. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também chega, sem máscara, e cumprimenta Maia com o cotovelo.
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