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Prefeitos da Região Metropolitana do Recife reagem negativamente à demissão de Teich

Os gestores municipais demonstraram preocupação com a saída de Teich e ressaltaram a importância da união

Alice Albuquerque
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Publicado em 15/05/2020 às 18:15 | Atualizado em 15/05/2020 às 18:27
Adriano Machado/Reuters
O ministro de Saúde passou menos de um mês no cargo - FOTO: Adriano Machado/Reuters

O ministro da Saúde Nelson Teich pediu demissão na manhã desta sexta-feira (15), após algumas divergências com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). Teich não conseguiu completar ao menos 30 dias no cargo e já é o segundo ministro a sair da pasta em meio a uma crise sanitária e o combate à pandemia do coronavírus. Prefeitos de alguns municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) ressaltaram que "não é a hora de divergências", e sim de união. 

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O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, lamentou a saída de mais um ministro do governo Bolsonaro e ressaltou que as consequências custam caro para o povo, "não tem que pensar na vaidade, tem que cuidar da vida das pessoas sem perder tempo com ideologia disso e daquilo".

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"É evidente como esse desentendimento atrapalha e se não bastasse isso, a falta de harmonia e coordenação, liderança nacional e entendimento com os entes federativos. É um papel de união e tem esses desencontros internos na própria equipe, imagine a relação com os governadores e prefeitos? É delicado", criticou Patriota, com referência a má relação que o chefe de Estado estabelece com os gestores Estaduais e municipais.

Em pronunciamento no Twitter, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) afirmou que só quem fica no Ministério da Saúde é quem aceita "sabotar a ciência". "O governo federal segue no rumo errado no combate à pandemia. Só fica no cargo ministro da Saúde que aceitar sabotar a ciência. Dois já foram embora".

O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), lamentou a exoneração de Teich "em um momento como este, em que todo o povo brasileiro depende do governo federal". "Vivemos sob o clima de instabilidade e insegurança, provocadas por um governo que deveria está liderando o País, unindo esforços para salvar vidas. Essa não é a hora das divergências estarem acima do bem maior que é a saúde do povo. Essa é a hora da união de esforços".

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Em Paulista, a secretária de Saúde, Fabiana Bernart, chamou atenção para a importância das estratégias adotadas neste período de combate à pandemia. " Já é a segunda troca de ministros, no meio de uma curva crescente do número de casos. Apesar do município e do estado terem uma certa autonomia para adotar as estratégias assertivas, a gente se preocupa, porque é o Ministério da Saúde hoje que dá as diretrizes do processo. Já foi difícil a mudança do primeiro ministro e agora, a mudança do segundo ministro pode modificar os nortes que estamos trabalhando e tudo isso vai requerer tempo e o tempo hoje é precioso, para que a gente tenha um menor número de óbitos possível".

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No litoral Norte do Estado, na Ilha de Itamaracá, o prefeito Mosar Tato (PSB) salientou que a Ilha é o segundo melhor município em isolamento no Estado, com 52,5%. "Lamentamos que toda essa situação da saída dos Ministros da Saúde e em especial o Ministro Nelson Teich esteja acontecendo no meio de um momento tão delicado para o nosso Brasil, precisamos da união de todos pois só assim vamos conquistarmos resultados positivos para todos os brasileiros". Tato ainda disse esperar que o próximo ministro mantenha as orientações da OMS.

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A prefeita de Ipojuca, litoral Sul do Estado, Célia Sales (PTB) salientou estar preocupada com a situação do Ministério da Saúde com relação ao País. “Lamentamos a saída do ministro Teich e vemos com preocupação a instabilidade na condução do Ministério da Saúde neste momento em que a pandemia assola todo o País".

De acordo com a assessoria, em Olinda, o prefeito Professor Lupércio (Solidariedade), e o prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), não vão se posicionar sobre a demissão.

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