Polêmica

Alberto Feitosa questiona detenção durante ato na Avenida Boa Viagem

Deputado questiona os motivos que levaram a PM a não agir da mesma forma com manifestantes que pediam Justiça pelo menino Miguel, que morreu após cair do 9º andar de um prédio no Recife

JC
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Publicado em 07/06/2020 às 21:46 | Atualizado em 22/09/2020 às 15:58
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Deputado estadual Alberto Feitosa - FOTO: DIVULGAÇÃO

Um ato visando a “retomada das praias” terminou em uma detenção na manhã deste domingo (7), fato que deixou o deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) “indignado” com as forças de segurança pernambucanas. Usando varas de pesca, os manifestantes foram à Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e um homem de 54 anos acabou detido pela Polícia Militar. Ele seguiu para a delegacia do bairro - onde foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) -, mas depois foi liberado.

O acesso ao calçadão, praias e parques está restrito desde o mês de abril, devido à pandemia do novo coronavírus. As únicas atividades permitidas são a pesca artesanal e profissional. O bloqueio está previsto no decreto estadual nº 49.055, do dia 31 de maio.

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“Na última sexta-feira houve uma manifestação justa pela morte do menino Miguel (que caiu do 9º andar de um edifício no Centro do Recife). Centenas de pessoas caminharam do Palácio (do Campo das Princesas) até o Cais José Estelita (sic), onde inclusive funciona um batalhão da Polícia Militar. Nada foi feito. Ninguém foi conduzido à delegacia”, afirmou o parlamentar, que é pré-candidato a prefeito do Recife.

Feitosa questionou, ainda, as motivações do governo estadual ao determinar esse tipo de ação por parte da polícia. “Hoje (ontem), o cidadão estava pescando, mas ele estava com uma camisa que representa o Exército brasileiro e pedia liberdade para poder andar na praia, então foi conduzido à delegacia. O vírus é muito inteligente, ele só ataca quem está na Avenida Boa Viagem. (...) Eu quero entender que democracia é essa, governador”, disparou.

Até a publicação dessa matéria, a PM não havia respondido aos questionamentos do deputado estadual.

O ATO

“Nós resolvemos ir com as nossas varas de pesca, fazer alongamento, receber vitamina D, por causa da nossa saúde, tanto física quanto mental. Tem gente adoecendo pela falta de vitamina D. Não foi um ato de protesto, não foi de repúdio, foi apenas de retomada das praias”, declarou a funcionária pública Sandra Queiroz, de 52 anos, que participou do ato.

Alguns integrantes, além das varas de pesca e máscaras, utilizavam camisas verde e amarelas. Segundo Sandra, um homem, que também apoiava a causa, estava se dirigindo à praia com a vara quando foi abordado por um policial militar. “Ele foi interceptado por um policial que perguntou o que ele ia pescar. Ele disse 'minha liberdade'. O policial não gostou e, por causa disso, falou que o rapaz estava preso”, afirmou. A funcionária pública disse que o homem não ofereceu resistência e foi levado para a delegacia pelos policiais. Após o TCO, ele foi liberado.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o homem foi levado à delegacia depois de “não atender às reiteradas solicitações de policiais militares para que deixasse a faixa de areia”. A ocorrência foi registrada como infração de medida sanitária preventiva, pelo descumprimento do decreto estadual nº 49.017, de 11 de maio de 2020.

“Como forma de burlar as medidas sanitárias, alguns manifestantes se passaram por pescadores. Amparavam-se no fato de a pesca artesanal e profissional estar liberada por decreto estadual. Porém, como não estavam realizando essa atividade, apenas portando varas como forma de simular a prática, além de estarem aglomerados em número superior a 10 pessoas, a PMPE teve que intervir no sentido de desocupar a faixa de areia, exigir uso de máscara e o distanciamento recomendado”, diz a nota. Segundo a polícia, desde o dia 18 de março deste ano, 600 pessoas já foram conduzidas para delegacias de Pernambuco por infrações sanitárias.

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