Ministro

Ao defender novo programa, Onyx diz que Bolsa Família criou o medo de ter carteira assinada

Em entrevista à Rádio Jornal, o ministro ainda disse que a pandemia foi um "presente de grego da China"

JC
Cadastrado por
JC
Publicado em 19/06/2020 às 10:10 | Atualizado em 25/06/2020 às 13:09
Valter Campanato/Agência Brasil
MInistro da Cidadania, Onyx Lorenzoni - FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, defendeu a proposta de criação do programa "Renda Brasil", que pretende unificar o Bolsa Família a outros programas do governo, alegando que o Bolsa perdeu o foco. "O Bolsa Família teve desfocalização e durante um tempo foi importante, e continua sendo, mas os especialistas na assistência social dizem que precisa de recalibragem. Na Casa Civil, começamos a trabalhar análises para melhorar e dar nova condição ao programa. Depois de atenuar a pandemia, esse presente de grego que a China deu ao mundo, vamos discutir um programa que tem como objetivo dar segurança às pessoas. Hoje, a pessoa tem medo de ter a carteira assinada, queremos estimular que progridam, queremos ampliar o valor do ticket, mas queremos que eles prosperem", afirmou o ministro em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (19).

Os programas de proteção aos vulneráveis precisam ser alavancas para que as famílias possam prosperar e ter independência.
Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania.

Onyx afirmou que, no momento, os estudos desaceleraram por conta do recurso que já está sendo empregado no pagamento do auxílio emergencial. Desde abril, quando teve início o pagamento do auxílio, cerca de 63,5 milhões de pessoas já receberam o crédito do governo. Foram creditados até o momento R$ 81,3 bilhões. O governo já anunciou o prolongamento do benefício, mas ainda há discussão sobre o valor, que poderá ser inferior aos atuais R$ 600.

>> Caixa libera consulta por aplicativo ao valor e data do saque emergencial do FGTS

>> PIB de Pernambuco cresce apenas 0,8% no primeiro trimestre de 2020, sob efeitos iniciais da pandemia

"Ainda temos, pela extensão do estado brasileiro, regiões onde a pandemia ainda tem evolução. O auxilio foi criado avaliando a experiência do Século XX de pandemias, que tiveram duração média entre 12 e 14 semanas. Os estudos estão em andamento e devemos no início da semana ver estudar as possibilidades da próxima parcela", explicou o ministro.

Economia

A ideia de criar um programa de renda mínima foi do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele ainda pretende criar um programa para geração de empregos formais, com a retomada do projeto Carteira Verde e Amarela. "Aprendemos durante toda essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de trabalho", disse Guedes no último dia 9, em reunião ministerial.

Durante a entrevista, Onyx ainda lamentou que servidores públicos estaduais e municipais tenham recebido de forma indevida o auxílio emergencial. A Controladoria-Geral da União (CGU) disponibiliza, inclusive, um espaço em seu site para que seja feita a devolução do dinheiro para que a pessoa não venha a ter problemas maiores no futuro, explicou o ministro.

"Lamentavelmente, o auxilio emergencial como todas as situações de alcance de recursos pode ser vítima de fraudes. Temos inquéritos abertos e duas quadrilhas presas. Agora se no aplicativo um servidor não marcou que era servidor para receber, isso é falsidade ideológica e nós vamos atrás desse dinheiro. Se a pessoa quer devolver ou se conhece alguém que indevidamente recebeu nos ajuda, a denúncia é anônima. Já tivemos R$ 70 milhões devolvidos. Do ponto de vista ético, é uma barbaridade uma pessoa que tem condições financeiras competir [pelo auxílio] com quem tem necessidade", afirmou.

Citação

Os programas de proteção aos vulneráveis precisam ser alavancas para que as famílias possam prosperar e ter independência.

Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania.

Comentários

Últimas notícias