Primeira-dama

João Doria diz haver "maldade" na edição do vídeo em que sua esposa fala sobre moradores de rua

Nas imagens, Bia Doria diz que não se deve doar marmitas a moradores de rua. O governador disse que a frase está fora do contexto

JC
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Publicado em 06/07/2020 às 15:05 | Atualizado em 06/07/2020 às 15:06
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
João Doria (PSDB), governador de São Paulo - FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), saiu em defesa da primeira-dama do estado, Bia Doria, após críticas recebidas por conta de um vídeo no qual ela diz à socialite Val Marchiori não ser "correto" ajudar moradores em situação de rua, "porque a pessoa tem que se conscientizar que ela tem que sair da rua, porque a rua hoje é um atrativo".

João Doria afirmou que o vídeo foi editado e, "evidentemente feito com enorme maldade, sem a menção do que antecedeu o vídeo, onde a Bia Doria, primeira-dama do estado de SP e presidente do conselho do Fundo Social (de SP) dizia que o ideal era o acolhimento das pessoas em situação de rua. Que as pessoas em situação de rua em São Paulo pudessem estar acolhidas em centros específicos para isso — como, durante a Prefeitura (2017 a 2018), eu procurei fazer, e como tem feito o (atual prefeito da capital) Bruno Covas (PSDB) na medida do possível. E que, ali sim, pudessem ser oferecidos não apenas alimentos, com também guarida, a cama, o cobertor, o banho, e condições de assistência básica de saúde", disse o governador.

Doria reclama da omissão dos Centros Temporários de Acolhimento (CTA), criados pela Prefeitura de São Paulo em 2017 na edição do vídeo. "Ela [Bia Doria] vem cumprindo bem o seu papel de proteção e de atendimento a todas as pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, e, em especial, às pessoas em situação de rua", acrescentou. 

A própria Bia Doria havia se manifestado após a repercussão do vídeo. "Infelizmente, tiraram do contexto uma frase dita por mim em um vídeo que está na internet. O que quis dizer é que, se conseguirmos convencer as pessoas que vivem nas ruas a irem para os abrigos públicos, onde terão alimentação de qualidade dentro das normas de higiene da vigilância sanitária, traremos mais qualidade de vida para elas", escreveu Bia em sua conta no Instagram.

Damares

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela ministra Damares Alves, divulgou uma nota, no último fim de semana, em oposição às declarações de Bia Doria. O texto do ministério afirma que "é correto sim dar marmitas às pessoas em situação de rua", assim como "abrigo, moradia, dignidade".

Também há menção a carência de espaços em abrigos no território paulista: "enquanto há 60.996 famílias em situação de rua, o estado dispõe de apenas 18 mil vagas de acolhimento. Os dados, obtidos pela pasta com base no Cadastro Único do governo federal, contradizem Bia Doria. A primeira-dama sugeriu que muitas pessoas vivem em vias públicas porque não gostam de seguir as regras estabelecidas nos abrigos".

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