Witzel

'Um circo sendo realizado', diz Witzel sobre seu afastamento do governo e investigações no RJ

Governador afastado fez pronunciamento sobre operação da Polícia Federal

Gabriela Carvalho Estadão Conteúdo
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Gabriela Carvalho
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Publicado em 28/08/2020 às 11:20 | Atualizado em 28/08/2020 às 13:29
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O governador foi afastado do cargo por 180 dias - FOTO: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Judiciário nesta sexta-feira (28), se mostrou indignado com acusações contra o seu governo. Segundo ele, não há nenhuma prova que justifique seu afastamento ou as operações de busca e apreensão feitas pela Polícia Federal.

Dizendo-se "vítima de perseguição política", o governador afirmou que vai recorrer para permanecer no cargo. Ele acusou a Procuradoria da República de perseguição e disse que vai seguir morando no Palácio Laranjeiras. "Não fui despejado", disse.

"Não encontrou um real, uma joia. Foi mais um circo. Lamentavelmente, a decisão do excelentíssimo senhor ministro Benedito, induzido pela procuradoria da República, na pessoa da doutora Lindora, que está se especializando em perseguir governadores, desestabilizar os Estados da Federação, com investigações rasas, buscas e apreensões preocupantes", se defendeu.

Witzel fez um pronunciamento de mais de 20 minutos. Acusou a procuradora Lindora Araújo, responsável por sua denúncia, de perseguição e ligação com a família do presidente Jair Bolsonaro, de quem se tornou desafeto.

"Uma procuradora cuja imprensa já denunciou um relacionamento próximo com a família Bolsonaro. Bolsonaro que já declarou que quer o Rio de Janeiro, já me acusou de perseguir a família dele", disse Witzel.

>> PGR denuncia Witzel e mais oito por pagamentos a escritório da primeira-dama


Ele ainda chamou o ex-secretário de Saúde do Estado Edmar Santos - que chegou a ser preso e, em delação premiada, acusou Witzel de ter ligação com desvios - de "canalha" e "vagabundo". De acordo com Witzel, a delação de Edmar Santos é "mentirosa".

O ministro Benedito Gonçalves ordenou o afastamento de Witzel, inicialmente por 180 dias, para cessar supostas atividades de corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo supostas contratações fraudulentas pelo governo do Rio em meio à pandemia do novo coronavírus. Assim, o vice Cláudio Castro assume o governo.

O STJ também expediu mandados de prisão contra o Pastor Everaldo, presidente do partido, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico. A primeira-dama do Rio, Helena Witzel, também é alvo de mandados de busca e apreensão.

 

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