Para Jorge Carreiro, processo eleitoral de Paulista será diferente este ano: 'a cidade não está mais tolerando'

O vice-prefeito de Paulista criticou a atuação do prefeito Junior Matuto (PSB) na gestão
Alice Albuquerque
Publicado em 12/08/2020 às 19:39
Carreiro chamou atenção para o cuidado com as fake news Foto: Day Santos/JC Imagem


Em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira (12), o vice-prefeito de Paulista Jorge Carreiro (PV) comentou sobre o afastamento do prefeito Junior Matuto (PSB) e ressaltou que um dos maiores entraves que um prefeito sofre para tocar a administração é a crise fiscal e a falta de diálogo com a população. Carreiro também defende que o Executivo municipal faça parcerias com instituições privadas que possam movimentar a economia no município.

O vice-prefeito ocupou o posto de prefeito interino da cidade enquanto o prefeito Junior Matuto (PSB) estava afastado por ser alvo de duas operações da Polícia Civil, até ser liberado para voltar ao cargo na última segunda-feira (10).

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Carreiro comentou que o afastamento entre eles começou em 2017, quando tiveram dificuldades com relação também a agenda política. "A agenda que ele tocava no primeiro governo já mostrava dificuldade para o segundo mandato. Em 2018, disputei a eleição para deputado federal no palanque contrário ao do prefeito, e foi a prova mais cabal na ocasião. O mais relevante de tudo é que todos sabem qual é a minha conduta pessoal, tenho como regra participar de debates de forma civilizada", completou. Com relação as investigações do prefeito, o vice ressaltou que "o que está acontecendo está sendo dito pela Justiça de Pernambuco e pela Polícia".

O prefeito Junior Matuto (PSB) foi procurado pela reportagem do JC para responder os ataques do vice, mas, através de sua assessoria de imprensa, o mesmo informou que não iria se pronunciar.

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Ele contou que, na condição de vice-prefeito, não precisa ir à prefeitura para dar expediente. "Não temos tarefa, não nos é dada. Estamos cuidando de ficar atento, observando o que acontece, discutindo com a população as medidas que deveriam ser levadas pelo governo. A regra legal é que vice tenha a tarefa de substituir o titular na ausência dele. Sou um experiente engenheiro, o que não falta é condições de colaborar com a cidade, mas não foi isso o que Matuto quis ao longo do tempo".

Para o vice-prefeito, o processo eleitoral de Paulista neste ano será diferente: "a cidade não está mais tolerando". "Vai ser muito distinto dos anos anteriores. Uma série de questionamento que a cidade não está mais tolerando. É uma evidente busca pelos personagens que seriam capazes de oferecer uma história linda de trabalho, forças sociais, econômicas e políticas. Defensor de uma grande agenda de inovação para seguimentos que estão muito fortes, há um caminho novo a se levar. As redes sociais favorecem muito a comunicação e por outro lado traz muita dificuldade. As fake news distorcem muito, as pessoas tem que ter muito cuidado com o que chega".

Jorge contou que, para a prefeitura, irá apoiar o ex-prefeito de Paulista, Igarassu e Itapissuma, Yves Ribeiro (MDB). "Temos o debate na cidade desde o ano passado em torno de alternativas. Foi colocado o meu nome e o do amigo Yves Ribeiro, que tem uma ótima trajetória de homem público. A tendência é seguir com apoio ao ex-prefeito Yves Ribeiro. No período que fiquei na prefeitura, me senti obrigado a me afastar de qualquer tipo de campanha. Vi me papel como interventor da Justiça, e agora que pude sair, estou retomando o apoio na cidade. O apoio a Junior Matuto é uma situação que a gente nem cogita".

De acordo com Carreiro, para administrar uma cidade, além das dificuldades para atender a demanda da educação básica e políticas voltadas para a infraestrutura urbana por conta da crise fiscal de arrecadações e transferências, a situação se agrava quando não existe diálogo com a população. "É importante uma parceria forte com o setor privado que também ganha dinheiro com a cidade organizada e também participa dando a sua contribuição como forma de investimento, para que o setor público possa fazer. As pessoas que dirigem a cidade precisam seguir e andar nelas, nos locais mais ricos e nas periferias, onde o mais pobre está desassistido. É preciso que haja priorização, que se dá quando se tem o diálogo. Acredito que a principal tarefa é conhecer a cidade por dentro do sentimento das pessoas que moram".

"Encontramos 15 PSF's fechados e entregamos um na terça passada. Já estava pronto, todo equipado, chamamos os concursados, tinha mais uma grande quantidade para entrar. O que me surpreendeu foi encontrar 15 mil testes de covid-19 que não estavam sendo feitos na população. Sabemos que a testagem em massa é um dos elementos que são segurança. Encontramos 23 mil testes de H1N1 estocados para vencer em novemrbo, que devia ter sido usado na campanha, em abril. A sequência que estava desenhada na nossa estratégia era chegar a 10% de testagem na população. A população de Paulista está sabendo do que está acontecendo e vai tomar as medidas certas na sentença das urnas. É por isso que o processo eleitoral de Paulista vai ser também o processo de crescimento", finalizou.

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