Decisão

No grupo de risco da covid-19, vice-prefeito de Agrestina vai cumprir prisão domiciliar

Zito da Barra foi preso na Operação Pescaria da Polícia Federal. Já o prefeito Thiago Nunes segue em regime fechado

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Publicado em 21/09/2020 às 8:46 | Atualizado em 21/09/2020 às 8:46
ADRIANO MONTEIRO/DIVULGAÇÃO
Zito da Barra foi preso pela Polícia Federal na Operação Pescaria. - FOTO: ADRIANO MONTEIRO/DIVULGAÇÃO

O vice-prefeito de Agrestina, José Pedro da Silva, conhecido como Zito da Barra (PSDB), conseguiu na Justiça Federal uma decisão que permite a saída do regime fechado para cumprir prisão domiciliar por ser do grupo de risco da covid-19. Zito foi preso na última quinta-feira (10), na terceira fase da Operação Pescaria, que prendeu, também, o prefeito da cidade, Thiago Nunes (MDB), dois empresários e um funcionário da prefeitura.

A decisão foi do desembargador do Tribunal Regional Federal da 5º Região (TRF-5) Edilson Pereira Nobre Júnior, que aceitou o pedido da defesa de Zito. Um laudo foi apresentado atestando que o vice-prefeito tem picos de pressão alta de difícil controle, com múltiplas avaliações e com evolução sem melhora, sugerindo avaliação para seguimento especializado e se possível cuidados em regime domiciliar.

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No dia da prisão, Zito chegou a passar mal. Ele foi levado para a Delegacia da Polícia Federal em Caruaru e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e o conduziu para uma unidade de saúde.

O prefeito Thiago Nunes e os outros alvos da operação seguem presos e devem entrar com pedidos de habeas corpus nos próximos dias.

Operação Pescaria

A Polícia Federal afirmou que pelo menos R$ 5 milhões foram movimentados na conta de um "laranja" da organização criminosa que estaria desviando recursos públicos na Prefeitura de Agrestina, no Agreste de Pernambuco.

"Além da prisão, eles foram afastados das funções públicas por 120 dias. É um prazo que consideramos razoável para que as investigações dessa etapa sejam concluídas e as informações sejam enviadas ao Ministério Público. Com o levantamento de dados das duas primeiras fases, conseguimos chegar nesta terceira fase, que consideramos exitosa e tiramos de circulação os principais envolvidos. Esperamos que eles sejam mantidos encarcerados para que haja, para a população de Agrestina, alguma chance de renovar o futuro do município", afirmou o delegado da PF Márcio Tenório. Os presos foram encaminhados à Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru.

A polícia explicou que a lavagem dos lucros ilícitos seria realizada por meio da utilização da conta bancária de um "laranja" vinculado ao grupo. Ela servia aos investigados para o recebimento de transferências bancárias e depósitos em espécie, sendo a maioria em valores baixos e sem a identificação. Também eram utilizados cheques assinados em branco, tudo com o propósito de dificultar a identificação da origem do dinheiro.

"Esta fase da operação apurou uma modalidade de lavagem de dinheiro, com provas irrefutáveis. Esta foi apenas uma das modalidades, temos suspeitas de outras e as buscas e apreensões de hoje nos ajudarão a investigar em que outras áreas isto pode estar ocorrendo", afirmou o delegado. 

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