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UE não alcança acordo sobre sanções contra Belarus

Belaraus vive um ambiente de crise desde as eleições em agosto

AFP
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Publicado em 21/09/2020 às 14:26 | Atualizado em 21/09/2020 às 14:27
SIARHEI LESKIEC/AFP
Lukashenko enfrenta o risco de sanções da União Europeia desde a repressão sangrenta dos protestos realizados - FOTO: SIARHEI LESKIEC/AFP

A líder opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya pediu nesta segunda-feira (21) ações práticas de apoio da União Europeia (UE), mas os ministros das Relações Exteriores do bloco não conseguiram superar as divergências para adotar sanções contra Belarus por manipulação eleitoral e repressão, anteciparam fontes diplomáticas à AFP.

"Não haverá sanções hoje. É lamentável. Apesar das promessas, Tikhanovskaya sairá de mãos vazias. Essa é a realidade", disse uma fonte à AFP.

Belarus é cenário de manifestações sem precedentes contra o presidente Alexander Lukashenko desde as eleições de 9 de agosto.

A UE não reconhece o resultado da eleição, alegando que não foi uma votação livre e justa. Bruxelas busca mecanismos para aprovar sanções contra funcionários do governo de Lukashenko, como a proibição de viagens a países europeus e o congelamento de bens.

Lukashenko, que governa Belarus desde 1994, respondeu aos protestos com uma repressão violenta.

Em uma entrevista coletiva em Bruxelas, Tikhanovskaya afirmou que "as sanções são muito importantes para nossa luta, uma vez que são parte das pressões para que as chamadas autoridades comecem a negociar conosco".

Tikhanovskaya, que enfrentou Lukashenko nas urnas e fugiu para a Lituânia por temer por sua segurança após a eleição, teve um café da manhã com os ministros das Relações Exteriores da UE e com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

"Ela apresentou informações sobre os eventos em Belarus", afirmou Borrell.

"Quero destacar que apoiaremos qualquer diálogo nacional amplo sobre os direitos dos bielorrussos a ter eleições livres e justas", completou, antes de recordar que o bloco não reconhece como legítimo o recente triunfo eleitoral de Lukashenko.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, destacou algumas horas antes que era "necessário chegar à conclusão de que nada melhorou nas últimas semanas. A violência que Lukashenko usou contra manifestações pacíficas é totalmente inaceitável".

"Temos que nos perguntar se Lukashenko não deveria ser objeto de sanções da UE".

A reunião de Tikhanovskaya com os chanceleres da UE, seguida de uma audiência no Parlamento Europeu, é parte de um esforço coordenado para manter a pressão internacional sobre Lukashenko.

Na sexta-feira, a opositora pediu à comunidade internacional uma resposta "nos termos mais enérgicos" sobre os abusos em Belarus, durante uma participação por vídeo no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, onde foi interrompida repetidamente pelo embaixador bielorrusso.

Mas a aplicação de sanções pela UE exige a unanimidade de seus membros. Por este motivo, a aprovação das sanções a Belarus ainda não foi possível.

Diplomatas europeus afirmam que o Chipre bloqueia, com seu veto, a adoção de sanções a Belarus. Para aderir à medida, o governo do Chipre estaria exigindo da UE a adoção de sanções contra a Turquia, abrindo assim outro flanco de alta sensibilidade diplomática.

O chanceler cipriota, Nikos Christodoulides, disse que as reações do bloco europeu e de cada país a violações dos direitos humanos não podem ser adaptadas como um menu. "Deve existir consistência", afirmou.

Ao mesmo tempo, os diplomatas querem evitar que as pressões empurrem Belarus na direção da Rússia.

 

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