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Índice de queda no mercado de trabalho do Recife gera troca de ofensas entre Mendonça Filho e João Campos

Para o candidato a prefeito João Campos, o ex-ministro da educação está promovendo um "debate vazio dos ataques, das acusações distorcidas". Do outro lado, Mendonça Filho afirma que o socialista precisa sair do "Recife do conto de fadas, dos muros do palácio e da propaganda".

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Publicado em 22/09/2020 às 22:33
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Os candidatos a prefeito do Recife pelo PSB e DEM, dispararam críticas após repercussão da pesquisa da FGV apontando índice de queda do trabalho e renda no Recife, durante o cenário de pandemia. - FOTO: Leo Motta/JC Imagem
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Após o candidato a prefeito do Recife, Mendonça Filho (DEM), reforçar a cobrança à gestão do PSB pelo índice de queda no mercado de trabalho e perda de renda durante a pandemia do novo coronavírus, conforme pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o candidato a prefeito João Campos (PSB) se posicionou sobre o assunto e disse que o democrata “parece não compreender bem a realidade do Recife, nem da economia brasileira”.

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Segundo o deputado federal, Mendonça Filho estaria insistindo em um “debate vazio dos ataques, das acusações distorcidas, uma política ultrapassada que o povo do Recife rejeitou, inclusive nas frustradas tentativas que ele tem feito, em eleições”. Campos chegou a classificar seu opositor de imaturo.

“Apesar do tempo que tem na política, inclusive tendo sido ministro de Temer, governo do desemprego e da subtração de direitos dos trabalhadores, passa a sensação de que não amadureceu. Tenho muito orgulho de fazer parte de uma ampla frente, democrática, que sabe debater em outro nível, e buscar convergências. Foi assim que o Recife começou a mudar. Mas temos muito a fazer. Inclusive debates mais oportunos e produtivos”, finalizou Campos, através de nota.

A fala de João Campos vem em resposta ao estudo apresentado pela FGV e destacado pelo ex-ministro da Educação, que mostra a renda da população do Recife caiu 29,5¨% e de Pernambuco, 26,9%. "João Campos desconhece a realidade do Recife. Negar isso é colocar na condição de invisível e inexistentes milhões de recifenses que sofrem diariamente com o descaso da gestão socialista", rebateu Mendonça Filho.

Para o democrata, o candidato a prefeito pelo PSB, precisa sair do “Recife do conto de fadas, dos muros do palácio” e explicar à população, as investigações envolvendo a gestão municipal. “Ainda bem que ele apareceu, pois estava escondido, se valendo dos seus tutores para iludir o eleitor recifense. Ele tem que explicar respiradores testado apenas em porcos sem aval da Anvisa, as denúncias de corrupção na compra de luvas e máscaras, os conjuntos habitacionais abandonados, a educação estagnada com falta de creches para as crianças, cujos recursos estavam garantidos pelo MEC durante minha gestão”, declarou Filho.

TUTORES

O ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, já havia rebatido as declarações do deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), líder dos socialistas na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que o acusou de "oportunismo" e "falta de sensibilidade", após as cobranças feitas pelo prefeiturável. “Quero debater o Recife com João Campos, e não com um de seus tutores”, cravou o democrata.

“O estudo dos impactos da pandemia é sobre a economia dos municípios brasileiros, não se está falando nem comparando com o resto do mundo. Aliás, é um ótimo momento para João Campos vir a público explicar as seis operações da Polícia Federal no Recife, a partir das denúncias de superfaturamento e outros indícios de irregularidade, isto sim. Recife tem o dobro de mortes por Covid-19, em relação a outras cidades, como Salvador. Lá, o índice ficou em cerca de 3%, enquanto aqui atingiu quase 8%”, afirmou Mendonça Filho.

PESQUISA

A pesquisa da FGV foi coordenada pelo economista Marcelo Neri, se baseou em números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A FGV considerou a evolução da renda dos trabalhadores formais, informais e desocupados no últimos seis meses, quando boa parte dos serviços foram suspensos durante a pandemia.

Segundo a pesquisa, a renda média do trabalhador brasileiro caiu 20,1%. Entre as mulheres, foi um pouco maior, de 20,54%, enquanto os homens perderam 19,56% da sua renda. Os mais pobres também foram os mais prejudicados. A metade mais pobre perdeu 27,9%, enquanto os 10% mais ricos, perderam apenas 17,5%. Entre os principais grupos que perderam foram os indígenas (28,6%), anafalbetos (27,4%) e jovens entre 20 e 24 anos (26%).

O principal causador dessa queda foi a diminuição da jornada de trabalho média (14,34%), sem contar com a queda de 9,9% na taxa de ocupação, o equivalente a uma diminuição de R$ 1118 para R$ 983.

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Eleições 2020 - FOTO:JC

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