O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que indicará o nome do desembargador Kassio Nunes Marques, de 48 anos, para assumir vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (1º), e, de acordo com o chefe do Executivo, será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (2). Kassio deve assumir o lugar deixado pelo ministro e decano Celso de Mello, que antecipou a aposentadoria em duas semanas no próximo dia 13 de outubro. O indicado ainda precisa ser sabatinado pelos senadores.
Após indicar Kassio Nunes Marques para o STF, Bolsonaro diz que próximo indicado terá que ser evangélico
A declaração de Bolsonaro foi feita durante sua live semanal. "Sai publicado amanhã, por causa da pandemia, o nome do Kassio Marques para a primeira vaga no STF. A segunda vaga será para evangélico. Ele está levando tiro. Qualquer um que eu indicasse levaria tiro. Tinha currículo na minha mesa, mas eu não conhecia. O que é lamentável das dez a gente escolhe uma. O resto começa a acusar o cara", completou.
Em julho de 2019, o presidente assumiu o compromisso de indicar um ministro "terrivelmente evangélico". Nunes, no entanto, é católico.
Bolsonaro já havia comunicado a escolha de Marques aos ministros do Supremo Gilmar Mendes e Dias Toffoli, na noite de terça-feira, 29, em um encontro na casa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O nome agradou a políticos do Centrão, que querem enfraquecer a Lava Jato, e à ala do Supremo que faz restrições a investigações conduzidas pela força-tarefa. Gilmar e Toffoli fazem parte deste grupo. Apesar de agradar ao Centrão, Marques passou a ser "fritado" por militantes bolsonaristas desde ontem, quando a escolha do presidente foi divulgada.
O desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) é natural de Teresina, no Piauí. Tornou-se bacharel pela Universidade Federal do Piauí e continuou os estudos em universidades na Espanha, em Portugal e na Itália. É representante do quinto constitucional da advocacia no TRF-1, tribunal que integra desde 2011.
À frente do TRF-1, Nunes concedeu entrevista ao Anuário da Justiça Federal 2019 em novembro de 2018 e afirmou que proferia mais de 600 decisões por dia. Para ele, o maior problema da corte, além da desproporção na média entre número de processos e número de desembargadores, é a excessiva quantidade de processos físicos, que ocupam aproximadamente um terço do espaço dos prédios do TRF-1 e que precisam ser digitalizados e descartados.
“Vivemos aqui a mesma situação que o Superior Tribunal de Justiça viveu antes da digitalização; e, sem digitalizar nosso acervo, não poderemos utilizar inteligência artificial, não poderemos avançar”, contou.
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