DESAFIOS URBANOS

O que diz o PDUI sobre parques e praças metropolitanas

Plano tem como objetivo debater questões em âmbito metropolitano no Grande Recife

Amanda Rainheri
Cadastrado por
Amanda Rainheri
Publicado em 25/10/2020 às 7:00
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
ESPECIAL MOBILIDADE URBANA (PARQUES E PRACAS DA REGIÃO METROPOLITANA - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Qualidade de vida passa pela oferta de espaços públicos adequados para a população. Mas nas cidades da Região Metropolitana do Recife faltam parques e equipamentos de lazer, principalmente para quem vive em situação de vulnerabilidade. O quadro é ainda mais desafiador porque os futuros prefeitos assumirão pendências com orçamentos reduzidos devido à pandemia da covid-19. Confira no sétimo domingo do especial Desafios Urbanos.

A conservação e ampliação de espaços públicos de lazer como parques e praças nas 14 cidades do Grande Recife também estão na pauta das discussões que envolvem a elaboração do primeiro Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Recife (PDUI-RMR). Os primeiros estudos que identificaram grandes áreas com significado histórico, cultural e ambiental na região datam das décadas de 1970 e 1980. Em 1987, é publicado o documento Sistema de Parques, com objetivo de dotar a RMR desses espaços, contribuindo para ordenamento e preservação de recursos, assegurando que todas as classes sociais e faixas etárias fossem contempladas por áreas de lazer. De lá pra cá, quase nada saiu do papel.

No documento, estão identificados terrenos com potencial de transformação em espaços públicos e de preservação. Na lista de locais apontados estava o espaço onde hoje fica o Memorial Arcoverde, entre as cidades de Olinda e Recife. Lá, seria implantado o Parque de Salgadinho. O Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos também contemplava a criação dos parques do Janga (Paulista), do Timbó (Paulista), da Lagoa Olho D’Água (Jaboatão dos Guararapes), do Encanta Moça (Recife), Jiquiá (Recife), Itamaracá, Tapacurá (São Lourenço da Mata e Moreno), Armando Holanda (Cabo de Santo Agostinho), Capibaribe (São Lourenço da Mata), Horto de Olinda e o Parque Histórico Nacional dos Guararapes (Jaboatão).

Para a arquiteta e urbanista Sônia Calheiros, diretora de Planejamento e Ordenamento Territorial da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), são vários os entraves que contribuíram para que quase nada virasse realidade. “São áreas dentro de uma Região Metropolitana totalmente conurbada. Algumas ficavam em áreas públicas federais, outras estaduais e a maioria privadas. Pouco desses parques se concretizaram. Essas áreas ainda existem hoje e algumas já perderam parte de suas características”, aponta.

Agora o PDUI tenta resgatar a essência do projeto. Dentro do plano, são consideradas
duas diretrizes. A primeira diz respeito ao fomento da identidade metropolitana por meio da valorização do patrimônio histórico, cultural e ambiental. Nessa perspectiva estão ações como implantação de passeios e ciclovias nas margens dos cursos d’água interligando espaços de convivência e contemplação e valorização dos Parques Metropolitanos do Jiquiá, Parque histórico Nacional dos Guararapes, Armando Holanda Cavalcanti e Horto de Olinda, considerando a possibilidade de transformação de alguns deles em Unidades de Conservação no âmbito municipal.

A segunda diretriz prevê a atuação integrada dos municípios para a criação de Unidades de Conservação, através de estudos que visam fortalecer a identidade histórico-cultural e construir uma estratégia de sustentabilidade para os Parques Metropolitanos com forte referência histórica (Armando Holanda Cavalcanti, Horto de Olinda, Jiquiá e Guararapes), além da elaboração e atualização do Plano Setorial, nos termos do Estatuto da Metrópole, para implantação e gestão dos Parques Metropolitanos remanescentes.

Comentários

Últimas notícias