Declaração

Bolsonaro disse não ter se arrependido de ameaçar "usar pólvora" contra os Estados Unidos, apontam auxiliares

Aliado de Donald Trump, o líder brasileiro ainda não se pronunciou sobre a derrota do republicano

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 11/11/2020 às 22:35 | Atualizado em 11/11/2020 às 22:45
EVARISTO SA/AFP
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil - FOTO: EVARISTO SA/AFP

Depois de realizar um discurso ameaçando não ficar apenas na diplomacia e chegar a "usar pólvora" contra os Estado Unidos, caso Joe Biden resolva impor sanções econômicas contra o Brasil devido às queimadas na amazônia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não demonstra estar arrependido da declaração. Foi o que informaram auxiliares do Palácio do Planalto ao jornal O Estado de São Paulo. O discurso realizado nessa terça-feira (10) aumentou a tensão com o democrata americano. 

Durante pronunciamento, o chefe do Executivo teria dado o recado que queria, consciente da repercussão que alcançaria, informaram as fontes do Estadão. Bolsonaro chegou até a destacar, momentos depois, que a imprensa iria repercutir suas falas. “Olha que prato cheio para imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás”, disse.

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Aliado de Donald Trump, o líder brasileiro ainda não se pronunciou sobre a derrota do republicano. Trump segue com ações judiciais sendo movidas alegando fraude na votação. A expectativa é que Bolsonaro volte a baixar o tom, como vinha fazendo nos últimos meses, após a confirmação da derrota de Trump nos tribunais, aponta o jornal.

Com mais de 5,6 milhões de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus desde o início a pandemia, e 161 mil pessoas mortas em decorrência da doença, Bolsonaro falou que o Brasil precisava parar de ser "um país de maricas", com medo da covid-19.

"Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas", disse em cerimônia no Palácio do Planalto.

O vice-presidente Mourão, disse, nesta quarta (11), considerar que as falas não terão consequências nas relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos. O segundo na linha de sucessão presidencial afirmou ainda que a declaração do presidente sobre usar "pólvora" para proteger a Amazônia é uma referência a um "aforismo antigo".

"Acho que ele se referiu a um aforismo antigo que diz que quando acaba a diplomacia entram os canhões, foi isso que ele se referiu", declarou.

Na terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu no Twitter às falas do presidente da República.

"Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no País, uma economia frágil e um Estado às escuras. Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal. E a todos os parentes e amigos de vítimas da covid-19 a nossa solidariedade", escreveu ele em duas postagens no Twitter. As duas primeiras palavras de Maia se referem a falas de Bolsonaro

 

 

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