Política

Moro afirma ter sido vítima do 'gabinete do ódio' e liga Carlos Bolsonaro a grupo

Os ataques contra o ex-ministro teriam sido feitos antes e após Moro deixar o cargo

Douglas Hacknen
Cadastrado por
Douglas Hacknen
Publicado em 27/11/2020 às 18:03 | Atualizado em 27/11/2020 às 18:31
CAIO CÉSAR/CMRJ
RACHADINHA Procuradores conseguiram quebrar sigilo de servidores do gabinete ligados a Queiroz - FOTO: CAIO CÉSAR/CMRJ
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (sem partido), ligou o nome do vereador carioca e filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Carlos Bolsonaro (Republicanos), ao grupo denominado de "gabinete do ódio". Segundo Moro, ele teria ouvido de ministros palacianos comentários sobre a ligação do vereador com membros do grupo, que é investigado pela PF. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (27), pelo jornal O Globo.
O depoimento foi prestado no último dia 12 de novembro no inquérito que investiga atos contra a democracia, que tramita no Supremo Tribuna Federal (STF). Investigação do STF foi iniciada em março de 2019, pelo ministro Dias Toffoli. Além de ligar o filho 02 do presidente brasileiro aos investigados, o ex-juiz da Operação Lava-Jato afirmou ter sido vítima de ataques do grupo, após ter deixado o cargo de ministro, em abril deste ano.
Moro foi convocado porque na época dos fatos era o titular da Justiça. A apuração busca elucidar o envolvimento de familiares e apoiadores do presidente com as manifestações que pediam fechamento do STF e do Congresso. Moro disse à PF que os comentários de ministros relacionavam, além de Carlos, o assessor especial da Presidência, Tércio Arnaud Tomaz, ao "gabinete do ódio". 
O deputado federal e irmão de Carlos, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também está na lista de investigados da PF. Suspeito de ser o líder do grupo, Carlos pode ter montado notícias falsas e agido para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet, aponta.
Inquérito foi aberto a partir de um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e está sob a relatória do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
No Twitter, Carlos reagiu: "Não há qualificação para mais essa tentativa boçal. Saudades de viver em um mundo em que homens eram homens".
 

Últimas notícias