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Quebra de sigilo dá indícios de que ''rachadinha'' ocorria no gabinete de Jair Bolsonaro, diz site

Reportagens mostram detalhes da quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas e empresas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro

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JC

Publicado em 15/03/2021 às 10:13
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O portal UOL teve acesso à quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas e empresas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e verificou haver indícios de que um esquema da rachadinha também poderia ter ocorrido nos gabinetes de Jair Bolsonaro (sem partido), quando este era deputado federal, e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

De acordo com a reportagem, divulgada nesta segunda-feira (15), os dados apontam a existência de transações financeiras suspeitas realizadas pela segunda mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle. As quebras de sigilo são de setembro de 2020, quando ainda não havia uma decisão judicial contestando a legalidade da determinação da Justiça.

O Superior Tribunal de Justiça anulou o uso dos dados resultantes das quebras de sigilos no processo contra Flávio Bolsonaro, mas o Ministério Público Federal (MPF) recorreu junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Procurados pela reportagem do UOL, Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro não responderam aos questionamentos.

Casos

São quatro os casos levantados pelo UOL. No primeiro, Jair Bolsonaro, ainda como deputado, empregou em seu gabinete por oito anos Andrea Siqueira Valle, a irmã de sua segunda mulher, Ana Cristina Siqueira Valle. Um ano e dois meses depois que a irmã deixou de trabalhar para Jair, Ana Cristina teria ficado com todo o dinheiro acumulado da conta em que Andrea aparecia como titular e recebia o salário: saldo de R$ 54 mil -- quantia equivalente a R$ 110 mil, em valores de hoje. 

Em seguida, a reportagem aborda a situação de Mariana Mota, ex-chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, que teria o costume de fazer pagamentos de despesas locatárias de uma quitinete no centro do Rio, onde morava Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo do senador. O dinheiro provinha da conta da então chefe de gabinete e as transferências ocorreram ao longo do ano 2007.

O terceiro caso aponta para quatro funcionários que trabalharam para Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados e que teriam retirado 72% de seus salários em dinheiro vivo. Eles receberam R$ 764 mil líquidos, entre salários e benefícios, e sacaram um total de R$ 551 mil em espécie.

Por fim, o UOL destacou que, ao menos, quatro funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro sacaram 87% de seus salários. Juntos, eles retiraram um total de R$ 570 mil, também em dinheiro vivo. O Ministério Público do Rio de Janeiro apura se o vereador contratou "funcionários fantasmas" e foi beneficiado por um esquema de rachadinha.

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